
Paul Krugman em entrevista à CNN
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Em entrevista à CNN, o nobel da Economia, voz crítica da forma como a Europa tem conduzido a resposta à crise, continua a apostar que os problemas da Grécia só vão ficar resolvidos com uma saída da zona euro.
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O prémio Nobel da economia norte-americano, Paul Krugman, que se destacou como um dos mais virulentos críticos das medidas de austeridades impostas a Atenas, reconheceu hoje ter "talvez sobrestimado a competência" do Governo grego.
"Nem calculei que pudessem tomar uma posição sem ter um plano de urgência", caso não obtivessem a ajuda financeira que solicitavam, explicou durante uma entrevista à cadeia televisa CNN.
"Acreditaram que podiam simplesmente exigir melhores condições sem ter um plano alternativo", prosseguiu, ao referir-se a um "choque". "Em qualquer caso, há poucas esperanças", considerou, "as novas condições são ainda piores, mas as condições que lhes propunham também não iriam funcionar".
Interrogado sobre uma possível saída da zona euro, não excluiu essa possibilidade. "Ou conseguem obter uma espécie de redução massiva da dívida, que ainda não garantiram, ou vão ter de sair".
No entanto, assegurou que as repercussões serão tão graves como as registadas durante a falência do banco de investimentos Lehman Brothers, que precipitou a crise financeira mundial.
No entanto, considerou que um eventual 'Grexit' teria "enormes implicações para o futuro do projeto europeu. Se a Grécia sair e começar a recuperar, o que provavelmente acontecerá, isso seria uma forma de encorajar outros movimentos políticos a contestar o euro".