Paulo Portas diz que Angola é "uma zona para seguir com atenção" e nada mais adianta sobre um país considerado estratégico para o mercado português.
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No final de uma conferência na Câmara de Comércio, questionado pelos jornalistas, Paulo Portas, adianta que não é "um treinador de bancada" para entrar em detalhes sobre as relações entre Lisboa e Luanda.
Paulo Portas centrou a sua intevenção numa ideia: "a globalização é o mundo das marcas não é o mundo das bandeiras nacionais".
O antigo líder do CDS continua com o mesmo enquadramento ideológico: "Eu não tenho muita paciência para as pessoas que fazem da utopia uma forma de vida porque prejudicam a vida dos outros em nome da utopia".
É com esta premissa que Paulo Portas avança com uma análise geoestratégica onde aparece uma Europa envelhecida e retrógrada que teima em manter um estado social, porque, para Portas, "o conceito de direitos adquiridos só existe na Europa não existe em nenhum dos concorrentes da Europa".
A China e os Estados Unidos crescem sem terem "direitos adquiridos". A somar a isto os Estados Unidos avançaram com a redução dos impostos para as empresas o que vai trazer problemas para o velho Continente dado que "a Europa já tem uma défice de competitividade no critério fiscal que é significativo. Isto não é uma matéria nem de direita nem de esquerda".
Na Ásia, o grande problema passa pela península coreana porque "se a Coreia do Norte tiver o programa nuclear completo é impossível, a qualquer luz, a Coreia do Sul não o ter" e também o Japão vai querer ter a arma atómica.
Outro conflito latente sublinhado por Paulo Portas tem a ver com o Irão e a Arábia Saudita. Duas sociedades jovens e sedentas de mudança.
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Tudo isto acontece num mundo com grandes diferenças demográficas "Não é possível ao mesmo tempo ter um défice demográfico gravíssimo e uma política anti-imigrantes", esta situação desenvolvida em especial pelos novos governantes da Europa de Leste, deixa Paulo Portas indignado e revela que "deveríamos corar de vergonha" com os números da Europa de acolhimento aos refugiados.
O antigo líder do CDS dá o exemplo da Colômbia que aceitou 150 mil refugiados da Venezuela mais do que o número de sírios que entraram na Europa no ano passado.
Para concluir Paulo Portas dá um conselho aos empresários: "É preferível surfar a mudança do que ter medo dela".