A DECO recebeu, nos primeiros dez meses do ano, o maior número de sempre de pedidos de ajuda de sobreendividados, num total de 4.525, o que representa uma subida de 25% face ao período homólogo.
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Este número já ultrapassou os 4.288 pedidos de ajuda de todo o ano passado e os 3.628 pedidos registados entre janeiro e outubro do ano passado.
No entanto, o problema das famílias sobreendividadas não é só o crédito à habitação, segundo as estatísticas dos primeiros dez meses deste ano do Gabinete de Apoio ao Sobre-endividado (GAS) da DECO.
As famílias endividadas acima das suas capacidades e que recorrem ao GAS têm em média seis créditos: um para habitação, dois créditos pessoais, dois cartões de crédito e o restante para aquisição de automóvel.
Quando analisada o tipo de dívida para a qual os consumidores pedem a intervenção da DECO conclui-se que a maior fatia (34,5 por cento) é crédito pessoal, a segunda maior (29 por cento) é de cartões de crédito e apenas a terceira mais importante (18,2 por cento) é relativa a crédito à habitação.
As causas para o sobreendividamento continuam sem alterações, face aos últimos meses de estatísticas, sendo a maior causa o desemprego (38 por cento) e a segunda (29 por cento) deterioração das condições laborais, nas quais se inclui os cortes salariais, a redução das horas extraordinárias e os atrasos de vencimento.
No bolo das dívidas, o crédito à habitação pesava mais de 76 por cento, o crédito pessoal 12 por cento, o crédito automóvel 11,5 por cento e o cartão de crédito 6,7 por cento.
A taxa de esforço média dos sobre-endividados era de 95,52 por cento em outubro, representando o crédito pessoal 42,81 por cento e o crédito à habitação 40,81 por cento.
Idosos sobreendividados recorrem cada vez mais à DECO
A DECO revela ainda que está a receber cada vez mais pedidos de consumidores com mais de 60 anos que ficaram sobreendividados para conseguir ajudar os filhos desempregados ou que sofreram cortes salariais.
Os cononsumidores com mais de 55 anos já são responsáveis por mais que três em cada dez pedidos de ajuda.
A maior fatia (34 por cento) de sobre-endividados têm 25 e 39 anos, a segunda maior (33 por cento) entre os 40 e os 54 anos, seguindo-se os que têm entre 55 e 65 anos (19 por cento) e os com mais de 65 anos (13 por cento). Os sobre-endividados com menos de 25 anos representam menos de um por cento na estatística.
A explicação para este número de sobreendividados sexagenários está diretamente relacionada com situações de desemprego nas famílias, ou de cortes salariais, que levam os idosos a contrair empréstimos para ajudar a família ou a assumir enquanto fiador as responsabilidades pelas dívidas.