O PS exige explicações de Pedro Passos Coelho sobre a nova fórmula de cálculo das pensões, comentando um documento da Comissão Europeia, e acusa o Governo de ter «uma agenda escondida».
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«Isto é da máxima gravidade e confirma, do nosso ponto de vista, a existência de uma agenda escondida em que o Governo se compromete com uma coisa lá fora com a troika e diz aos portugueses exatamente o contrário», critica Óscar Gaspar, dirigente nacional do PS, comentando um documento da Comissão Europeia sobre o novo cálculo das pensões, a que a TSF teve acesso.
No documento, que é uma proposta de decisão de execução do Conselho Europeu para a aprovação final da 11ª avaliação regular ao Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF) está escrito que o Governo terá de realizar «uma reforma global do regime de pensões», que deverá incluir «medidas a curto prazo».
Em declarações à TSF, Óscar Gaspar recorda as declarações de ontem de Pedro Passos Coelho que disse que os cortes não eram «nenhum bicho-de-sete-cabeças» e sublinha que, acima de tudo, este é «um problema muito grave com que o Governo lida e é um problema de verdade e transparência na ação governativa».
«Estamos a falar de milhões de portugueses que são pensionistas, que têm vivido nesta incerteza, e que sentem enganados porque uma coisa é o que o Governo diz e outra coisa, sistematicamente, é o que o Governo tem vindo a fazer», acusa.
O PS entende, por isso, que «sem falta hoje, o primeiro-ministro e o Governo deviam clarificar esta situação e dizer aos portugueses em que termos fizeram este compromisso com a troika e dizer porque há duas semanas refutaram estas notícias como uma mera especulação dos jornalistas em relação ao corte de pensões».