As associações de pequenos comerciantes de Lisboa e do Porto confirmam que são cada vez mais os casos em que os comerciantes desistem de ter pagamento por multibanco.
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A presidente da União das Associações de Comércio e Serviços de Lisboa (UACS), Carla Salsinha, fala no «último fôlego dos comerciantes».
Carla Salsinha garante que não há qualquer ataque à UNICRE, que gere a maior infra-estrutura de pagamentos por cartão, por isso sugere que sejam aplicadas taxas diferenciadas na utilização do multibanco que dependam da facturação dos comerciantes.
«Está a chegar o momento da UNICRE pensar na sobrevivência do pequeno comércio e que é altura de reduzir as taxas. Não estamos contra a UNICRE, um parceiro que o comércio tem que ter, agora nesta altura, por exemplo, uma empresa que tem 300 ou 400 empregados tem uma capacidade de facturação diferente de uma empresa que tem três empregados», exemplificou.
Quanto ao número de pequenos comerciantes que já desistiu do serviço multibanco para poupar custos, Carla Salsinha não conseguiu quantificar esse valor, mas disse que os casos se repetem.
«Há muitos empresas que já começaram e que até ao final do ano vão deixar de ter o pagamento por multibanco. As empresas do pequeno comércio estão a tentar o seu último fôlego porque não há forma de rentabilizar», defendeu Carla Salsinha.
A situação também acontece no Porto. O presidente da Associação dos Pequenos Comerciantes, Nuno Camilo, diz que perante a actual situação «não há volta a dar» é preciso cortar nos custos, e isso passa por deixar de ter pagamento por multibanco em várias lojas.