A agência de rating justifica a decisão com falta de medidas estruturais e com incerteza quanto ao défice deste ano Governo reage dizendo que o Orçamento vai permitir inverter esta revisão.
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A Fitch mantém a dívida portuguesa no patamar BB+, (considerado "lixo") mas corta a perspetiva - a possibilidade de vir a melhorar a nota - de positiva para estável.
Em comunicado, a Fitch justifica a decisão com o facto de o défice de 2015 ter sido maior do que o esperado, impedindo Portugal de sair este ano do Procedimento por Défice Excessivo, uma espécie de castigo da Comissão Europeia para os países mal comportados.
A agência sublinha que a redução do défice do ano passado face ao valor de 2014 foi motivada pelo crescimento (que ainda por cima foi modesto) em vez de ter sido devido a medidas estruturais.
Além disso, a Fitch não acredita que o país consiga atingir a meta para o défice deste ano: a que está no orçamento, de 2,2%, é, no entender da agência, baseada em pressupostos de crescimento económico e de evolução dos preços otimistas. A agência nota ainda alguma incerteza quanto à forma como o novo Governo irá compensar a reversão de várias medidas. Tudo somado, a casa de notação financeira estima um défice de 2,8% do PIB.
Ministério das Finanças reage
O ministério das Finanças argumenta que "a revisão da previsão é justificada pela Fitch com a trajetória ascendente da dívida, um dado que "vem do passado e que, no início do ano, foi afetada pela injeção de capital no Banif".
O ministério liderado por Mário Centeno diz, apesar de tudo que está "confiante que a execução do OE e a redução da dívida bruta ao longo de 2016" venha a permitir "a revisão em alta do rating da República numa próxima avaliação".