Os pescadores da Ilha da Culatra, no Algarve, estão revoltados por ter sido vedada a pesca e a passagem de embarcações numa zona de aquicultura e ameaçam partir para a luta.
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Em 2008, foi criada uma zona de aquicultura no mar que está vedada à pesca e à passagem de embarcações, mas durante este tempo a zona não foi ocupada pelo número de empresas que o Estado esperava.
Da área total que está delimitada por bóias, só uma parte foi ocupada e por uma única empresa que se instalou no local.
«São cerca de seis quilómetros de área que está ali ocupada, o que corresponde a metade da área que os pescadores têm para pescar. Neste momento, muitos têm vindo a ser perseguidos e autuados pela Autoridade Marítima», disse a presidente da Associação de Moradores da Ilha da Culatra.
Sílvia Padinha reforçou que «grande parte da área está livre, sem qualquer utilização, e os pescadores também não podem navegar nem pescar lá dentro», o que «está a causar revolta na comunidade piscatória», porque «em tempo de crise querem trabalhar e não lhes está a ser dada essa possibilidade».
A presidente da associação que representa os pescadores da ilha salientou ainda que, como a área delimitada fica muito perto da barra, torna-se perigoso para os barcos navegarem até ao mar.
Na Ilha da Culatra existem 90 embarcações de pesca artesanal e seis de pesca costeira.
A associação já contactou uma série de entidades responsáveis, como a Direcção Geral das Pescas e as capitanias, mas nada se resolveu.
Por isso, adiantou Sílvia Padinh, devido ao «descontentamento» e à «revolta» dos pescadores perante a falta de diálogo, serão tomadas «outras medidas».