O Conselho das Finanças Públicas (CFP) melhora as perspetivas de crescimento da economia portuguesa. PIB melhora desde abril e passa de 1,6% para 1,8%
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O Conselho das Finanças Públicas (CFP) publica, esta quinta-feira, a atualização do cenário das “Perspetivas Económicas e Orçamentais”, que indica que “a projeção macroeconómica aponta para um abrandamento do ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 1,8% em 2024 (2,3% em 2023) e um crescimento de 2,4% em 2025 e 2,1% em 2026”.
Este crescimento é “impulsionado pela aceleração do investimento público, especialmente através da execução dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”, pode ler-se no documento.
Assim, o organismo liderado por Nazaré da Costa Cabral, aponta os efeitos favoráveis do PRR até 2026, ano em que termina a “bazuca”, o que significa que "a partir de 2027 o investimento público em Portugal registará uma quebra significativa”.
Este relatório projeta que, “mantendo-se as políticas em vigor, esta quebra do investimento público afetará negativamente o investimento total da economia portuguesa. Com efeito, para 2027, projeta-se que a Formação Bruta de Capital Fixo registe uma quebra de 2,4%. Embora em 2028 se perspetive alguma recuperação, a taxa de investimento total voltará a um nível relativamente baixo. Tudo isto terá consequências negativas: a curto prazo, terá um efeito negativo na atividade económica; a longo prazo, abrandará o ritmo de investimento necessário para implementar com sucesso a transição energética na economia portuguesa e para enfrentar os desafios colocados pelas alterações climáticas e demográficas e pela transição digital”, alerta o CFP.
Ainda como consequência do PRR, o Conselho aplaude “o feito notável” que é o sucesso de Portugal na redução do rácio da dívida pública em relação ao PIB. Assim, o rácio da dívida pública vai diminuir para 78,3% em 2028.
Já a taxa de inflação “deverá desacelerar para 2,7% em 2024, 2,2% em 2025 e estabilizar em torno de 2% a partir de 2027. Para esta dinâmica deverá contribuir o impacto da transmissão da política monetária sobre a economia, assim como o desvanecimento de pressões inflacionistas associadas aos preços das matérias-primas energéticas e bens alimentares”, conclui.