No Parlamento, o ministro Vítor Gaspar foi questionado pela oposição sobre o plano de cortes que o Governo tenciona aplicar, tendo apenas dito que haverá «mais tempo» para o fazer.
Corpo do artigo
O ministro das Finanças garantiu, esta terça-feira, que haverá mais tempo para aplicar o plano de cortes na despesa, que será de «longo prazo».
«Não será concretizado nem em um, nem em dois, nem em três anos. Precisamos também de mais tempo para conseguir o necessário consenso político e social em torno deste processo de reforma do Estado», acrescentou Vítor Gaspar.
Na Comissão Parlamentar de Acompanhamento à Aplicação do Programa de Ajuda Externa, o ministro das Finanças foi confrontado, pela oposição, com a natureza e alcance dos cortes que o Governo tenciona aplicar no Estado.
Contudo, Vítor Gaspar não detalhou o programa de cortes, tendo apenas sublinhado que vai haver «mais tempo» para realizar o «esforço adicional de 2,5 % do PIB», que Portugal terá que realizar.
O socialista Fernando Medina questionou o titular da pasta das Finanças sem sucesso sobre se se iria verificar um «corte de mil milhões de euros na Segurança Social e se sim, onde como e de que forma».
Este deputado do PS quis também saber se se iriam verificar cortes nas pensões e pediu esclarecimentos sobre as condições em que é que se verificarão eventuais despedimentos na Função Pública, mas também sem obter resposta de Vítor Gaspar.
Já o comunista Bernardino Soares pediu um comentário a Vítor Gaspar sobre as palavras de Cavaco Silva acerca do «bom senso que tinha emigrado» no caso de Chipre, que o deputado do PCP disse terem tido a concordância de Paulo Portas.
Depois de saber da demissão do ministro cipriota das Finanças, Bernardino Soares perguntou mesmo se haveria algum «efeito de contágio» desta decisão em Portugal.
«Creio que se seguisse o exemplo do seu homólogo de Chipre haverá um regozijo nacional», acrescentou o deputado bloquista Luís Fazenda.
Na resposta, Vítor Gaspar ironizou, dizendo que «dado o entusiástico apoio que o deputado Luís Fazenda e a sua força política têm dedicado a governos anteriores é uma novidade que me parece chocante».