A empresa portuguesa, que emprega cerca de 500 pessoas e é fornecedora de várias unidades hospitalares, está com a "corda na garganta". As dívidas do Estado rondam os sete milhões de euros.
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Cerca de 500 postos de trabalho podem estar em risco, se a empresa PMH, fornecedora de produtos médicos a vários centros hospitalares, entrar em insolvência nas próximas semanas.
A empresa, com pólos de produção em Penafiel e Samora Correia, acusa o Estado de falta de cumprimento no pagamento de dívidas que são já superiores a sete milhões de euros.
A administração da empresa diz que para fazer face às dificuldades já está a recusar encomendas do estrangeiro e corre o risco de entrar em incumprimento com fornecedores, dado que as dívidas já se arrastam desde 2010.
Os trabalhadores também estão a ser prejudicados. A PMH ainda não conseguiu pagar o 13º mês aos funcionários e em causa estão também os salários de Janeiro.
Em declarações à TSF, José Cordeiro, administrador da empresa, explicou que havia uma promessa por parte do Estado para liquidar dois milhões de euros no final de 2011, mas apenas parte desse montante foi pago.
«Alertamos a tutela e o Estado, há cerca de dois meses, que entraríamos em ruptura caso nada fosse feito. Foi-nos prometido uma verba de dois milhões de euros, apenas recebemos um milhão, e acabamos por entrar ruptura. Deixamos de pagar a fornecedores, deixamos de pagar o 13º mês e, neste momento, não temos dinheiro para pagar o mês de Janeiro», adiantou.
E, acrescentou José Cordeiro, «Já demos conhecimento da situação quer ao secretário de Estado da Saúde, quer a todos os membros do Governo, incluindo o primeiro-ministro, e ao Presidente da República».
Só na unidade da PMH no concelho de Penafiel estão em causa mais de 300 postos de trabalho. O presidente da Câmara, Alberto Santos, mostra-se preocupado com o futuro dos trabalhadores até porque a PMH é uma empresa viável.
«Nós estamos a ver esta situação com extra preocupação porque trata-se de uma empresa viável, que até agora não teve problemas, uma empresa exportadora e de ponta na área dos produtos farmacêuticos», destacou o autarca.
Porém, «o lado mais complicado é sobretudo o capital humano porque esta empresa emprega centenas de pessoas, muitas delas do concelho de Penafiel, e que estão aflitas com a falta de pagamento dos seus ordenados».
Contactado pela TSF, o Ministério da Saúde não quis para já comentar este caso.