Em entrevista à TSF, o presidente do BES lembra que é preciso «esperar para ver o que foram as vantagens que a Grécia obteve e os constrangimentos a que a Grécia ficou sujeita».
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O presidente do BES entende que pode ser precipitado reclamar para Portugal as mesmas condições acordadas para o programa de ajuda à Grécia.
Entrevistado pela TSF, Ricardo Salgado lembrou que a situação dos dois países é distinta e sublinhou que Portugal deve evitar as novas medidas de austeridade que serão impostas a Atenas.
Contudo, o banqueiro entende que é preciso «esperar para ver o que foram as vantagens que a Grécia obteve e os constrangimentos a que a Grécia ficou sujeita, porque eventualmente não haverá só vantagens».
«Não fizemos reestruturação da nossa dívida, o que tem permitido que as taxas de juros portuguesas estarem a melhorar e a baixar. Tudo o que seja precipitar para nos colarmos a soluções de outro país, que não está de todo nas mesmas condições de Portugal, pode ser precipitado», acrescentou.
Ricardo Salgado defendeu ainda uma «solução política de consenso» que permita manter ou mesmo aumentar os benefícios fiscais aos PPR, tendo em conta a evolução demográfica que o país está a ter.
«Cada vez mais os portugueses vão ter de contar com poupança feita por eles próprios para se cobrirem em relação às dificuldades crescentes que o Estado vai ter nas pensões de reforma», lembrou.