Várias dezenas de pessoas concentraram-se hoje em frente à sede do Novo Banco, em Lisboa. A polícia usou gás pimenta para dispersar manifestantes, mas sem provocar danos.
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O protesto foi convocado pela Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial do BES e começou cerca das 11:30, em frente da sede do Novo Banco, onde chegaram dois autocarros com lesados vindos de Braga e Porto, munidos de apitos, megafones, cartazes, bandeiras pretas e camisolas com inscrições do protesto.
Quando estavam em frente à sede do Novo banco, na Avenida da Liberdade, os manifestantes foram cercados por um forte dispositivo policial. A rua que circunda a sede estava cortada com gradeamentos e um cordão de polícias obrigando os transeuntes e o trânsito a desviar-se da zona.
No entanto, os manifestantes acabaram por puxar para si o gradeamento e abrir uma entrada, tendo sido nesse momento que alguns polícias usaram o gás pimenta para dispersar os manifestantes, o que foi conseguido.
Tal como nos protestos anteriores, os lesados acabaram por cortar o trânsito na avenida da República, e por duas vezes, gritando palavras de ordem como "justiça" ou "gatunos", seguindo depois pela Avenida da Liberdade em direção aos Restauradores, para se manifestarem junto do Novo Banco na Rua Augusta e do Banco de Portugal.
Por vários momentos houve tensão entre polícias e manifestantes, por estes baterem nos vidros dos bancos, tentarem derrubar o gradeamento ou aproximar-se de zonas vedadas pela polícia, mas o protesto acabou por decorrer sem se registarem quaisquer feridos.
A Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial do BES interpôs uma providência cautelar contra o Banco de Portugal e o Fundo de Resolução, na qual os clientes exigem que o banco central informe o comprador do Novo Banco do montante devido aos cerca de 2.500 subscritores, que ronda os 530 milhões de euros, ou seja, que inclua esse montante como uma imparidade nas contas da instituição financeira.