Pontos de carregamento elétricos alvo de vandalismo e roubo: associações preocupadas pedem "moldura penal mais efetiva"
Em declarações à TSF, Pedro Faria, presidente da Associação Portuguesa de Utilizadores de Veículos Elétricos, conta que, em agosto, foram registadas dezenas de casos por dia de cabos cortados ou roubados
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As associações de utilizadores de veículos elétricos estão preocupadas com o aumento exponencial de casos de vandalismo em postos públicos de carregamento. Em declarações à TSF, Pedro Faria, presidente da Associação Portuguesa de Utilizadores de Veículos Elétricos, conta que, em agosto, foram registadas dezenas de casos por dia de cabos cortados ou roubados e pede medidas de segurança e penas mais graves.
"Tínhamos uma ocorrência por mês ou menos do que isso mesmo, neste momento, temos duas ou três, às vezes mais, por dia. No início de agosto, foram às dezenas, houve um crescimento exponencial", afirma Pedro Faria.
Leiria e a Grande Lisboa são as zonas com mais casos. O presidente da Associação Portuguesa de Utilizadores de Veículos Elétricos revela que, em Almada, o Observatório da Mobilidade Elétrica chegou a registar uma situação crítica: "Entre o dia 7 e 8 de agosto, 80% dos postos de carregamento rápido ficaram inoperacionais."
Os cabos são usados para extrair matérias-primas, como o cobre. Pedro Faria pede mais para travar este aumento: "É preciso uma moldura penal que seja mais efetiva, tem de se estudar este problema, tem de se conseguir resolver com medidas adicionais de segurança no próprio equipamento ou nas câmaras de vigilância que normalmente existem nestes postos."
Este aumento de casos de vandalismo também é sentido pela Associação Portuguesa de Operadores e Comercializadores de Mobilidade Elétrica. Também ouvido pela TSF, o presidente, Carlos Ferraz, teme que estas situações prejudiquem a experiência dos utilizadores.
"Estamos mesmo preocupados quando percebemos que o cliente chega ao local para carregar e o posto está vandalizado, o que impossibilita o carregamento. Há postos de carregamento que têm ficado alguns dias indisponíveis", explica.
As associações temem que, se nada for feito, os condutores prefiram não optar por veículos elétricos, uma mobilidade mais amiga do ambiente, e garantem que as autoridades estão a acompanhar os casos.
Contactada pela TSF, a EDP Comercial não adianta números, mas confirma que também tem registado um aumento no número de cabos vandalizados em postos geridos pela empresa, uma situação que tem sido reportada às autoridades.
