"Por cinco euros se ganha e se perde." Empresários aplaudem descontos nas autoestradas
Novo ano trouxe descontos em várias vias do interior do país e empresas de transportes garantem que medida favorece coesão territorial.
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As empresas transportadoras aplaudem os descontos nas antigas autoestradas sem custos para o utilizador (SCUT) que entraram em vigor no arranque de 2019. O novo ano trouxe descontos entre 30 e 50% nas vias do interior, a que se somam uma descida de 25% no preço das portagens para as companhias que estão localizadas nos territórios de baixa densidade.
"O ideal seria que não houvesse portagens, que estas autoestradas que nos servem fossem gratuitas, não sendo ainda possível, e admitindo que possa vir a ser possível no futuro, este é um passo que é o correto", afirmou Pedro Polónio, vice-presidente da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), na cerimónia de apresentação do novo regime das portagens no interior do país que ocorreu ao final da manhã na estação de serviço da A25, em Mangualde.
Pedro Polónio, que é também vice-presidente da empresa Patinter, disse que esta é uma medida que favorece a coesão territorial, dando como exemplo a poupança de cinco euros que vai possibilitar para quem faz a ligação entre a A29 e Vilar Formoso, pela A25.
"Por cinco euros numa indústria que vive tanto de custos, como a nossa, é importante porque por cinco euros se ganha e se perde um transporte. Acima de tudo vai fazer com que seja mais fácil as empresas predisporem-se também a transportar aqui no interior do país", declarou o empresário.
O tecido empresarial sediado nos chamados territórios de baixa densidade pode a partir de hoje aderir a este novo sistema que dá descontos nas portagens junto do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT). Uma das condições para ter acesso, por exemplo, é empregar mais de 50% de pessoas residentes no interior.
Estas reduções das tarifas são válidas para todas as empresas, mas deixam de fora os cidadãos. O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, disse aos jornalistas que se fosse feita uma descida geral nas cobranças como aconteceu em 2016 "a redução para as empresas e para fixar emprego seria muito pequena".
"Nós quisemos reduzir muito o preço do transporte de mercadorias para fixar empresas e emprego no território. Os cidadãos beneficiarão indiretamente, espero eu, com a fixação de mais emprego e com a criação de mais oportunidades para esses cidadãos e para as suas famílias", salientou.