Desde que a medida entrou em vigor, no início do ano, apenas 472 empresas do Interior do país pediram o desconto adicional de 25% no valor das portagens das antigas SCUT. A Plataforma Pela Reposição das SCUT na A23 e A25 diz que os números são insignificantes porque a medida de pouco serve às empresas.
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O desconto adicional de 25% no valor das portagens das antigas SCUT para as empresas do Interior começou a ser aplicado em janeiro. Durante três meses, até ao final de março, as empresas que pediram ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) para aderir ao apoio tiveram ainda direito a retroativos, desde o início do ano.
Questionado pela TSF sobre o número de pedidos de adesão nos primeiros três meses do ano, o IMT diz ter recebido 472 pedidos de empresas: 324 foram aprovados e 148 encontram-se pendentes. Na prática, até agora o desconto com retroativos foi aplicado em 324 casos, num total de 3.184 veículos de transporte de mercadorias.
Ouvido pela TSF, Luís Garra, da Plataforma Pela Reposição das SCUT na A23 e A25, considera que os números são insignificantes porque a medida de pouco serve às empresas: "Isto é uma ínfima parte, muito pequenina, muito pequenina das empresas que existem. A medida é muito limitada, burocrática e muito complexa. As empresas têm perfeita noção de que não é isto que resolve os seus problemas. Os seus problemas não estão nesta bonificação de 25%", garante Luís Garra.
O também coordenador da União dos Sindicatos de Castelo Branco lembra que, em alguns casos, a medida é injusta porque muitas empresas não podem beneficiar do desconto: "Estamos a falar de empresas que trabalham em várias áreas e que não necessitam de ter transporte de mercadorias, naturalmente que não recorrem e esses veículos não estão abrangidos", nota Luís Garra.
A Plataforma lamenta ainda que o desconto destinado às empresas exclua quem vive e trabalha no Interior e anuncia um protesto, em maio, com associações de Portugal e Espanha para exigir o fim das portagens. "Em maio realizam-se eleições para o Parlamento Europeu e discutir as questões europeias é também o problema do desenvolvimento das regiões transfronteiriças que, neste caso concreto, são atravessadas por autoestradas que antigamente eram SCUT, sem custos para o utilizador."
Sem direito a retroativos desde o início deste mês, as empresas podem continuar a pedir o desconto adicional de 25% no valor das portagens das antigas SCUT ao IMT, desde que tenham sede no Interior e metade dos trabalhadores efetivos viva em territórios de baixa densidade.