
Paulo Portas
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O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, mostrou-se hoje confiante de que Portugal vai concluir o programa de assistência externa como previsto em junho de 2014.
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«Não queremos nem mais tempo, nem mais dinheiro, nem mais troika presente em Portugal, mais do que o necessário. Queremos terminar o programa em junho de 2014 e acredito que o conseguiremos», disse num fórum de empresários em Madrid.
Portas admitiu que «a troika é sempre algo de vexatório» e que por isso o executivo quer «recuperar a soberania», sempre «apostando na credibilidade, em cumprir e em não mais ter que repetir esta situação de dependência exterior».
Considerando que estas são «lições aprendidas tanto em défice como em divida», Portas afirmou que a Europa «aprendeu e progrediu» na sua atitude relativamente à dívida soberana.
Paulo Portas falava em Madrid perante centenas de empresários e responsáveis de empresas espanholas e multinacionais, no Fórum de Alumni da IE Business School, onde foi o convidado principal.
Num discurso otimista, Portas referiu-se à melhoria registada nos últimos meses nos dados macroeconómicos portugueses, como a queda do desemprego e a saída do país da recessão técnica. «Fizemos um trajeto de dois anos e meio muito duros, cortando o gasto, reduzindo onde se gasta dinheiro ineficazmente», afirmou.
Igualmente a merecer destaque, disse, é a crescente internacionalização da economia nacional, com o setor exterior a representar 40% do PIB (quando antes era de 29%). «A situação económica começa a mudar. O ciclo económico começa a mudar», declarou.
Portas admitiu que falta «recuperar muito» no capítulo do investimento, algo que requer um imposto de sociedades «competitivo» para investidores internacionais. «
Gostaríamos de cortar 10 pontos mas não o podemos fazer. Estamos à procura de um acordo com o principal partido da oposição para reduzir 2,5% por ano nos próximos quatro anos. Isso transformará o imposto de sociedades num dos mais competitivos da Europa e isso é um fator importante para atrair investimento», disse.
Portas referiu-se ainda ao trabalho do executivo no conjunto de reformas levadas a cabo nos últimos dois anos, com destaque para a redução da burocracia.