Portugal coloca 998 milhões em Bilhetes de Tesouro a 3 e 11 meses a juros inferiores
Portugal colocou esta quarta-feira 998 milhões de euros em Bilhetes de Tesouro (BT) a três e 11 meses a taxas de juro inferiores às registadas nos anteriores leilões comparáveis, de outubro, foi anunciado.
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Segundo a página da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), nestes dois leilões, os últimos deste ano e os primeiros desde a tomada de posse do novo Governo, foram colocados 248 milhões de euros em BT a três meses a uma taxa de juro média negativa de 0,023%, inferior à de -0,021% verificada em 21 de outubro.
A procura de BT a três meses foi 3,38 vezes superior ao montante colocado. (Correção na notícia e título de um prazo da emissão de dívida)
Os restantes 750 milhões de euros foram colocados em BT a 11 meses a uma taxa de juro média de 0,030%, também inferior à do leilão precedente de outubro, de 0,060%.
Em relação à procura de BT a 11 meses, esta foi 1,87 vezes superior ao montante colocado.
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) tinha anunciado a realização de dois leilões das linhas de Bilhetes de Tesouro que vencem a 18 de março (três meses) e a 18 de novembro (11 meses) de 2016, com montante indicativo global entre 750 milhões e 1.000 milhões de euros.
No último leilão de Bilhetes de Tesouro comparável, que ocorreu a 21 de outubro, o Estado arrecadou 1.400 milhões de euros, acima do montante inicial previsto e a custos inferiores: 300 milhões de euros a três meses em troca de uma taxa de juro negativa de 0,021% e 1.100 milhões de euros a 11 meses com um juro médio de 0,06%.
Com a emissão desta quarta-feira, o IGCP encerra os leilões previstos no Programa de Financiamento do Estado do quarto trimestre, que previa arrecadar 5.750 milhões de euros: 2.000 milhões de euros em Obrigações do Tesouro e 3.750 milhões de euros em Bilhetes de Tesouro.
Ora, durante o quarto trimestre e até esta quarta-feira, a agência liderada por Cristina Casalinho arrecadou já 2.295 milhões de euros em Obrigações do Tesouro e 2.900 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro.
Segundo o diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, Filipe Silva, "as operações correram dentro do que vem sendo a normalidade", continuando Portugal a "ser e suportado pelo BCE e pelo programa de compra de ativos desta entidade".
"À conta disso, Portugal anda há um ano a financiar-se a taxas que de outro modo seriam impossíveis de conseguir", refere, adiantando que "resta-nos aproveitar esta fase para refinanciar a dívida pública a taxas mais baixas, num dos casos, a três meses, com a taxa mais baixa de sempre".
"O montante emitido foi de perto de mil milhões de euros, dentro também do que é habitual", concluiu.