O Estado colocou hoje dois mil milhões de euros de dívida com maturidade a seis e doze meses, o máximo a que se propunha, pagando juros mais baixos do que no último leilão com prazo semelhante.
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O Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP) colocou 1.250 milhões de euros na linha que vence a 19 de julho (doze meses) do próximo ano, pagando para tal uma taxa de juro média de 3,505 por cento, contra os 3,834 por cento registados na última operação com prazo semelhante.
A procura foi de 2,4 vezes a oferta, abaixo dos 2,7 verificados a 6 de junho.
Na linha que vence a 18 de janeiro do próximo ano, Portugal colocou 750 milhões de euros a uma taxa de juro média de 2,292 por cento, contra os 2,653 por cento verificados no último leilão com prazo semelhante.
Também neste caso, a procura desceu face à última operação semelhante, passando a ser de 3,8 vezes a oferta contra 4,3 vezes registadas a 6 de junho.
Num breve comentário ao leilão, o director de gestão de activos do Banco Carregosa, Filipe Silva, destacou o facto de Portugal voltar a emitir bilhetes do tesouro a taxas mais baixas e que «esta descida de taxas vem a acompanhar todo o movimento que a divida portuguesa, soberana e corporate, tem feito nos últimos meses», e que assim ignoram de alguma forma o que se passa no país vizinho.
«Os investidores olham para Portugal com menos receio exigindo taxas mais baixas e ignoram de certa forma o que se passa com Espanha, pois ainda ontem o Governo Espanhol emitiu bilhetes de tesouro a 12 meses com uma taxa de 3.918 por cento, taxa bem superior à conseguida hoje para o mesmo vencimento», adiantou.