Portugal colocou esta quarta-feira 1750 milhões de euros, montante máximo anunciado, em Bilhetes do Tesouro a seis e a 12 meses às taxas de juro mais baixas de sempre.
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De acordo com a página da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) na agência Bloomberg, a 12 meses foram colocados 1250 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro (BT) à taxa de juro média de -0,398%, de novo negativa e inferior à registada em 15 de novembro de 2017, quando foram colocados 1100 milhões de euros a uma taxa de juro média de -0,349%.
A seis meses foram colocados 500 milhões de euros em BT à taxa média de -0,425%, mais negativa do que a verificada também em 15 de novembro, quando foram colocados 400 milhões de euros a -0,4%.
A procura atingiu 2130 milhões de euros para os BT a 12 meses, 1,70 vezes superior ao montante colocado, e 1.095 milhões de euros para os BT a seis meses, 2,19 vezes o montante colocado.
Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, considera que "mais uma vez, Portugal conseguiu colocar o montante pretendido com nova descida de taxas, que marcam um novo mínimo de sempre. Nunca tínhamos conseguido emitir dívida de curto prazo com taxas tão negativas". Para Filipe Silva, trata-se de uma excelente notícia porque "significa redução dos custos de financiamento do país".
O diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa recordou ainda que "em 2017 já tínhamos conseguido 'rolar' a dívida de curto prazo sempre com taxas mais baixas (isto é, substituir dívida antiga por dívida nova com juros mais baixos) e esta foi mais uma emissão em que isso sucedeu".
Num comunicado divulgado na semana passada, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) anunciou a realização hoje de dois leilões das linhas de Bilhetes do Tesouro com maturidades em 20 de julho de 2018 (seis meses) e 18 de janeiro de 2019 (12 meses), com um montante indicativo global de entre 1.500 milhões de euros e 1.750 milhões de euros.
Esta foi a primeira ida ao mercado do ano para emitir dívida a curto prazo, sendo que, neste primeiro trimestre o IGCP conta realizar mais dois duplos leilões de Bilhetes do Tesouro, um em fevereiro e outro em março, procurando arrecadar mais 2750 milhões de euros.