Endividamento não financeiro atingiu 723 mil milhões de euros em fevereiro, num aumento homólogo de 500 milhões. Em percentagem do PIB o fenómeno é inverso: caiu de 369 para 356%.
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O endividamento do setor não financeiro do país atingiu 723 mil milhões de euros em fevereiro, indica o Banco de Portugal.
Numa nota de informação estatística, o supervisor escreve que deste valor total, "322,4 mil milhões de euros respeitavam ao setor público e 400,6 mil milhões de euros ao setor privado".
Em percentagem do PIB os valores reportam ao final de 2018 e mostram que o endividamento total atingiu 355,7% do PIB, menos 13 pontos percentuais do que os 368,8% registados em dezembro de 2017.
Estes valores não devem, no entanto, ser confundidos com os da dívida pública na ótica de Maastricht, a que conta para Bruxelas e que não inclui, entre outros, os depósitos das administrações públicas. Aí, o Banco de Portugal confirma os 121,5 % registados no final do ano passado e assinala uma queda de mais de 500 milhões de euros nos primeiros dois meses do ano.
Na comparação com os valores registados em janeiro, o endividamento aumentou 1.700 mil milhões de euros, que resultaram do "incremento de 900 milhões de euros no endividamento do setor público e de 800 mil milhões de euros no endividamento do setor privado".
As empresas privadas continuam o processo de desalavancagem iniciado no pico da crise, em plena intervenção da troika, e prosseguido desde então: em fevereiro deviam menos 5 mil milhões de euros do que no mesmo momento de 2017.
Nos particulares o movimento é inverso: houve, nesse período, um aumento de 1.200 milhões no endividamento total.
O aumento do endividamento não financeiro do setor público resulta "do aumento do endividamento face ao setor não residente em 1.100 milhões de euros", parcialmente compensado pela diminuição do financiamento concedido pelas empresas e pelas próprias administrações públicas.
No setor privado houve um aumento "do endividamento das empresas face ao exterior e ao setor financeiro em 600 e 200 milhões de euros, respetivamente".