Os ministros português e alemão dos Negócios Estrangeiros discutiram hoje em Berlim «as várias soluções» após o fim do programa de ajustamento, em maio, mas sem definir posições, disse o governante português, Rui Machete.
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O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, reuniu-se hoje em Berlim com o seu homólogo, Frank-Walter Steinmeier, à margem do II Fórum Luso-Alemão, que decorre na capital alemã hoje e na terça-feira.
Questionado pela Lusa sobre se os dois governantes abordaram o cenário pós-troika em Portugal, Rui Machete disse que sim, mas que «não se definiram posições nem da Alemanha nem de Portugal».
«Referiu-se o problema, identificaram-se as questões. Tive ocasião de informar quais são, na nossa opinião, as vantagens e as desvantagens das diversas soluções. Não manifestei nenhuma preferência nem foi manifestada nenhuma preferência pela Alemanha. Foram inventariados os aspetos vários que cada uma das soluções comporta, todas têm aspetos positivos e menos positivos», afirmou o ministro.
A decisão sobre a forma como Portugal sairá do programa de ajustamento, a 17 de maio - com um programa cautelar ou sem qualquer tipo de ajuda (a chamada "saída à irlandesa") - «há há de ser objeto de uma resolução do Governo português», acrescentou o ministro, que garantiu que, neste momento, «ainda não foi tomada nenhuma decisão, nem sequer de princípio».
O Executivo terá em conta «a evolução do mercado e toda a ambiência externa» para decidir «qual a solução mais adequada».
Entretanto, o Governo fará várias consultas e a audiência de hoje com o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros foi uma delas. A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, e o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, também se deslocarão à Alemanha.
«Discutir-se-ão as questões do 'pós-troika' e depois, na altura oportuna, o Governo português tomará uma posição. A 17 de maio termina o programa, antes disso terá de ser tomada uma decisão», sustentou.