
Reinaldo Rodrigues/Global Imagens
Presidente do Fórum para a Competitividade entende que a carga de IRS sobre a classe média torna a economia portuguesa "socialista" porque há pouco estímulo para trabalhar e aumentar o rendimento.
A economia nacional é "socialista, com pouco estímulo para o trabalho". A denúncia de Pedro Ferraz da Costa é feita em entrevista à TSF E Dinheiro Vivo a propósito da carga fiscal.
O presidente do Fórum poara a Competitividade entende que o país tem "uma tributação em IRS sobre a classe média a partir de níveis relativamente baixos de ordenados que não tem paralelo em nenhum país europeu", o que torna a economia nacional "muito socialista, com muito pouco estímulo para o trabalho, porque à medida que as pessoas têm mais rendimento, vão ter de abdicar uma fatia cada vez maior para os impostos e para a Segurança Social".
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Ferraz da Costa entende que neste capítulo "devia haver algumas alterações", mas lamenta que "não vai haver com certeza".
O antigo presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP, entretanto renomeada para Confederação Empresarial de Portugal) critica também o imposto sobre os lucros das empresas, explicando que o país tem "um IRC a um nível muito elevado que é dissuasor do investimento direto estrangeiro, sem dúvida nenhuma, e precisamos disso porque estamos muito descapitalizados como país e temos uma taxa de poupança baixíssima".
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"Não temos justificação para não ambicionar crescimentos de 4,5%"
O Presidente do Fórum para a Competitividade não está contente com projeção para o crescimento económico do país e garante que Portugal tem condições para crescer o dobro.
"Entre um mínimo de 2,5% e o objetivo saudável de 4,5%. Era aí que a conversa se devia situar", afirma Pedro Ferraz da Costa sobre os níveis de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) projetados para o país.
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Essas estimativas são diferentes consoante a instituição que as faz, mas todas apontam para valores pouco acima dos 2% neste ano, abrandando nos próximos, mas Ferraz da Costa entende que o país tem recursos para acelerar a produção de riqueza: "é sempre possível fazer mais, se as pessoas se concentrarem nessa direção", sublinha, constantando que "se não tomarem nenhuma medida que ajude a isso, não cresceremos".
Em entrevista, o presidente do Fórum para a Competitividade assegura que o país não tem "qualquer justificação para não ambicionar um crescimento de 4,5% por ano" e lembra que "numa conjuntura em que as taxas de juro subam, e o facto de o crescimento nos Estados Unidos ter acelerado apesar da subida das taxas de juro, vai levar a que seja mais provável a que haja mais subidas generalizadas".
Pedro Ferraz da Costa constata que Portugal "não pode nunca ter uma taxa de crescimento inferior à taxa de juro, porque isso significa que não conseguimos pagar a dívida, e portanto vamos manter-nos numa situação vulnerável".