Portugal enfrenta «longo e doloroso» caminho para recuperação, diz responsável da Fitch
Em declarações à agência Lusa, Ed Parker diz que Portugal tem de «recuperar a competitividade depois dos salários terem subido acima da produtividade durante muitos anos».
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Um responsável da Fitch considerou que Portugal enfrenta um «longo e doloroso» caminho para a recuperação económica e que o país necessitará do apoio do FMI e da União Europeia «nos próximos anos».
Em declarações à agência Lusa, o director gerente de ratings soberanos desta agência de notação prevê ainda que a «economia portuguesa continue a emagrecer este ano» e que as dificuldades se mantenham por «vários anos».
«Portugal está numa situação muito difícil, com dívida privada e pública muito elevada e um défice orçamental que tem de corrigir. E tem que recuperar a competitividade depois dos salários terem subido acima da produtividade durante muitos anos», explicou Ed Parker.
Este responsável da Fitch considerou ainda que «não há alternativa» à redução do défice orçamental caso contrário a «dívida relativamente ao PIB continua a subir», apesar de isto ter um «efeito negativo no crescimento».
«O desafio é conseguir suficiente progresso nos próximos 18 meses para convencer os mercados de que Portugal deu a volta situação e está novamente num caminho positivo», concluiu.
Estas declarações surgiram no dia em que este responsável da Fitch aludiu à possibilidade de a Espanha, Irlanda, Bélgica, Chipre, Eslovénia e Irlanda poderem vir a ser afectadas por um corte de rating de um ou dois níveis por parte desta agência de notação financeira.