A chanceler alemã afirmou hoje que Portugal «está num caminho muito razoável» para recuperar da crise da dívida soberana, com o pacote de ajuda externa da "troika".
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Ñum encontro com correspondentes estrangeiros acreditados em Berlim, Angela Merkel lembrou que Portugal «fez numerosas reformas, e irá fazer mais», mas recusou-se a comentar o acordo celebrado entre o governo de gestão de José Sócrates e o BCE, a Comissão Europeia e o FMI, que inclui um empréstimo de 78 mil milhões de euros para os próximos três anos.
Simultaneamente, a chanceler alemã escusou-se a comentar a eventual eficácia do programa, alegando que Portugal está à beira de eleições legislativas.
«Não dou conselhos sobre a política interna portuguesa, até porque estão em campanha eleitoral, e tem de se ser cuidadoso», disse Merkel.
A dirigente democrata cristã mostrou-se no entanto convicta de que as ajudas a Portugal não serão bloqueadas pela Finlândia, apesar da alteração do xadrez político neste país escandinavo, após as recentes eleições legislativas.
«Confio na habilidade negocial do futuro primeiro-ministro, e acho que a Finlândia vai corresponder ao papel que desempenha na Europa», disse Merkel.
A chanceler não quis comentar também o agravamento da situação financeira na Grécia, que há um ano foi o primeiro país a receber ajuda da União Europeia e do FMI, depois de ter deixado de ter acesso aos mercados de capitais para pagar dívidas correntes.
Merkel lembrou que a missão da "troika" está esta semana na Grécia para avaliar a situação, acrescentando que só se pronunciará depois de conhecer as conclusões desta missão.
A chanceler alemã referiu, no entanto que, apesar de tudo, a Grécia «não está na mesma situação em que estava há um ano, fez muitas reformas, houve passos corajosos do governo grego, e o caminho é difícil, mas no final o país estará mais forte do que estava», vaticinou.