Portugal, Irlanda e Grécia precisam de «reformas e ajustamentos», alerta comissário europeu
Os países sob programa de assistência financeira, como Portugal, precisam fazer «reformas e ajustamentos» que permitam a criação de emprego, afirmou, em Bruxelas, o comissário europeu responsável pela pasta.
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«Adaptar as competências ao mercado laboral é importante, mas não nos vai levar longe na ausência de medidas para criar emprego», afirmou o comissário László Andor, durante a apresentação das conclusões da conferência sobre Emprego organizada pela Comissão Europeia, que terminou hoje, na capital belga.
«Isto aplica-se à Grécia, à Irlanda e a Portugal, os países sob programa. Outras reformas e ajustes são necessários, mas devem ser concretizadas de uma forma socialmente sustentável», acrescentou o comissário europeu responsável pela pasta do Emprego.
László Andor sublinhou a necessidade de governos, instituições europeias e parceiros sociais trabalharem em conjunto no combate ao desemprego e defendeu que a criação de postos de trabalho deve ser tratada como «uma prioridade», porque emprego gera crescimento económico.
«A criação de emprego deve ser tratada como uma prioridade em si mesma, porque o emprego gera crescimento. Os países sob programa não podem simplesmente esperar que os empregos sejam gerados como resultados do crescimento e da procura externa», disse.
A conferência sobre Emprego, organizada pela Comissão Europeia, decorreu num momento em que se continua a assistir a uma escalada do desemprego na Europa.
De acordo com os mais recentes dados do gabinete oficial de estatísticas da União Europeia, o Eurostat, a taxa de desemprego fixou-se em julho passado nos 11,3 por cento na zona euro e nos 10,4 por cento no conjunto da União Europeia (UE), existindo atualmente na UE 25,254 milhões de pessoas desempregadas na Europa, 18 milhões das quais na zona euro.
Portugal, com 15,7 por cento, é o terceiro país da UE com uma taxa de desemprego mais elevada, apenas atrás de Espanha (25,1) e Grécia (23,1), sendo também o terceiro país com uma taxa mais elevada de desemprego entre os jovens, que em julho se fixou nos 36,4 por cento, muito acima da média da zona euro (22,6) e da UE (22,5).