O economista Paul De Grawe disse, esta sexta-feira, que para evitar o mesmo destino que os gregos, Portugal precisa da ajuda do Banco Central Europeu (BCE).
Corpo do artigo
Só o BCE pode travar o pânico e o medo que se instalaram, considerou, em entrevista à Bloomberg, Paul De Grawe, um dos conselheiros do presidente da Comissão Europeia.
O conselheiro recordou o recente empréstimo do BCE a mais de uma centena de bancos para sublinhar o papel decisivo desta instituição na crise actual.
Paul De Grawe referiu que os 489 mil milhões de euros que vão ser pagos a três anos permitiram extinguir parte do incêndio com Itália e Espanha, mas agora, advertiu, as sirenes já se ouvem porque o fogo português ameaça alastrar a todo o lado.
É por isso que este conselheiro falou do BCE como se de um bombeiro se tratasse, saudando a intervenção indirecta de Dezembro, mas fazendo um alerta: teria sido mais eficaz uma acção directa do BCE.
De Grawe referiu-se à compra de títulos de dívida pública sem os quais, admitiu, Portugal seja empurrado para uma reestruturação da dívida, tal como está a acontecer na Grécia.
Na entrevista, disse ainda que Portugal está de facto em situação melhor do que a Grécia, mas a ser empurrado pelos mercados para a insolvência, só mesmo o BCE pode travar a entrada do país em bancarrota.