Em vez da posição 20 na Europa a 27, nas contas do Produto Interno Bruto (PIB), Portugal passa para a posição 16 se as contas forem feitas com base no índice de bem-estar.
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O exercício do Banco de Portugal (BdP) que é revelado como destaque em antecipação ao Boletim Económico de Março mostra que “em Portugal, o índice de bem-estar exibiu uma trajetória ascendente entre 1995 e 2022 - quer medido em paridades de poder de compra, quer em termos reais —, apontando para um processo de convergência do país face à UE. Esta conclusão contrasta com a obtida com base na análise do PIB per capita, onde não se observam progressos na aproximação aos valores da UE entre1995 e 2022”, sublinha o BdP.
Assim, “a evolução do bem-estar em Portugal face à UE mostra um processo de convergência nos últimos 27 anos. A aproximação do bem-estar dos portugueses ao da média da UE refletiu uma melhoria relativa em todas as componentes, com destaque para o aumento da esperança média de vida e para a redução da desigualdade”.
Para os analistas do BdP, “o aprofundamento do processo de convergência exige que a melhoria relativa nas dimensões analisadas se mantenha”.
Daí que a instituição liderada por Mário Centeno aconselhe a que “o aumento da esperança de vida e tempo de lazer, assim como a redução da desigualdade, devem também continuar a fazer parte do processo de decisão da política económica devido ao seu impacto na sustentabilidade do crescimento e no bem-estar no médio e longo-prazos”.
Em 2022, “o índice de bem-estar em Portugal situava-se em 87%”. Este valor acontece devido ao “maior peso do consumo no PIB em Portugal e a maior esperança média de vida”, isto compensa “o efeito negativo da desigualdade e horas trabalhadas mais elevadas do que na UE”.
De acordo com as contas do BdP, “o movimento contrário - isto é, um maior afastamento face à média da UE do que o sugerido pelo PIB per capita - ocorre na maioria dos países do centro/leste da Europa, traduzindo uma menor esperança de vida e, em menor grau, menos horas de lazer”, conclui