“Portugal teve um resultado muito bom nos últimos anos e espero que assim se mantenha”

Punit Paranjpe/AFP
O comissário europeu Paolo Gentiloni considera cedo para avaliar impacto das eleições na execução do PRR.
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O comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni destacou esta segunda-feira o “resultado muito bom” da economia portuguesa, confessando estar à espera que a trajetória “se mantenha”. O comissário falava à entrada para a reunião do Eurogrupo, em Bruxelas, onde foi questionado sobre o resultado das eleições, deste domingo, em Portugal.
“Estou a par”, respondeu o comissário, a propósito do resultado que representa uma viragem à direita, com maioria para a Aliança Democrática e uma acessão da extrema-direita, com o Chega.
Paolo Gentiloni considera que é cedo para falar do impacto do atual cenário político na execução do PRR. “Isso, veremos, claro”, afirmou de forma lacónica questionado pela TSF sobre potenciais consequências de um eventual cenário de instabilidade governativa.
“Estamos sempre confiantes relativamente ao governo e não estamos a fazer comentários, sobre o resultado das eleições nacionais” afirmou o comissário, destacando a trajetória registada ao longo dos últimos anos. “É certo que Portugal teve um resultado muito bom nos últimos anos e espero que isso se mantenha”, afirmou o Paolo Gentiloni.
A agência de notação financeira DBRS alertou esta terça-feira para os riscos relativamente à execução do Plano de Recuperação e Resiliência, que deveria ser entregue em Bruxelas durante o próximo mês. O ministro das Finanças, Fernando Medina questionado à entrada da reunião do Eurogrupo assegurou que o governo em funções está a fazer tudo para que não haja atrasos.
“Estamos a desenvolver todos os trabalhos relativamente ao Programa de Estabilidade [e] a nossa expectativa é que haja um governo formado antes da data formal da entrega e, por isso, transmitiremos ao próximo governo tudo aquilo que estiver preparado para que o próximo governo possa integrar as políticas que entenda no próximo Programa de Estabilidade,a para entregar a Bruxelas”, afirmou o ministro das finanças, a falar em Bruxelas, onde participa esta segunda-feira na reunião do Eurogrupo.
O ministro das Finanças, Fernando Medina considera que é preciso “esperar” por um “governo em plenitude de funções” para se perceber qual poderá ser o impacto de um eventual cenário de instabilidade governativa, sobre a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Mas, o ainda ministro das Finanças afirma que não vê razões para as agências de rating duvidarem da credibilidade do país.
“Temos ratings das quatro principais agências de notação financeira no mundo. Isto é, somos nível de investimento, algo que não acontecia há mais de uma década”, afirmou Medina, salientando que “a dívida abaixo de 100%”, por essa razão, “está convicto que fazer aquilo que devia”.
Mas, sobre a capacidade do país par assegurar a execução do plano de recuperação e resiliência perante um eventual cenário de instabilidade governativa, o ministro das Finanças considera que é preciso dar tempo ao tempo, mas rejeita responsabilidades em qualquer falha que possa ocorrer.
“Eu não convoquei eleições legislativas antecipadas e, por isso, isso decorre da convocação de eleições legislativas antecipadas [e] do tempo que todas essas coisas demoram”, afirmou, frisando que “agora é esperar que o país tenha de novo um governo em plenitude de funções, com capacidade de mobilizar uma máquina administrativa com a complexidade da máquina portuguesa e que tudo retome uma velocidade elevada como estava a ter”.