O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Guido Westerwelle, diz que ao fim de muitos anos, Portugal vê a luz ao fundo do túnel.
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Guido Westerwelle está em Lisboa para uma reunião com Paulo Portas.
Antes deste encontro bilateral, o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão esteve na Fundação Gulbenkian, no primeiro Fórum Portugal-Alemanha.
Guido Westerwalle fez rasgados elogios ao governo português, sublinhando que a resposta dos mercados, ontem, de compra de dívida portuguesa é sinal desse confiança.
«Penso que as notícias dos mercados, ontem, são muito encorajadoras. Eu tenho muita confiança em Portugal e no povo português. Pe primeira vez em vários anos, conseguimos ver luz no fundo do túnel. Já há uma linha prateada no horizonte. Agora, temos que trabalhar com mais intensidade e de forma sustentável para alcançarmos resultados palpáveis», sublinhou.
O chefe da diplomacia alemã confessou estar muito solidário com o povo português, afirmando que tem noção dos sacrifícios que têm sido feitos.
O responsável sublinhou que os níveis de desemprego jovens em Portugal são inaceitáveis, mas só com estas medidas de reequilíbrio orçamental é possível sair da crise para o crescimento.
«Tenho imensa solidariedade e simpatia com o povo português, especialmente com a geração mais nova. Estes níveis de desemprego jovem são, com certeza, inaceitáveis. Mas, se queremos criar empregos para as pessoas e empregos para a geração mais jovem, precisamos de competitividade na Europa e a competitividade é o resultado não de dívidas, mas de reformas estruturais», disse.
«Por isso, temos que manter-nos unidos na Europa. Para o governo alemão e para o parlamento alemão, a disciplina fiscal, o crescimento através da competitividade e a solidariedade são os três pilares. Este é o fundamento de uma europa de sucesso e de um Portugal também de sucesso», acrescentou.
Guido Westerwelle disse ainda compreender as manifestações e os sobressaltos sociais, mas insistiu que, mais cedo ou mais tarde, os portugueses vão reconhecer que valeu a pena.
«Como é que podemos resolver os problemas sociais? Eu acho que só se conseguem resolver com emprego e crescimento. Isso é o melhor para a geração mais jovem; é o melhor para os mais velhos, que estão preocupados com a segurança social ee é o melhor para as famílias. Eu penso que o sucesso ecónomico e o estado social são dois lados da mesma moeda», realçou.