Portugueses cortam nas compras de Natal: vestuário e calçado afetados pela menor procura
A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal explica que as promoções que acontecem perto da época natalícia justificam a tendência decrescente
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Os portugueses estão a comprar menos este Natal. Sem avançar com números concretos, Vasco de Melo, da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), revela, em declarações à TSF, que apesar das compras através da internet terem aumentado, os setores ligados à moda, como o vestuário e o calçado, são os mais afetados pela menor procura, registando "uma retração na ordem dos 5%".
A CCP alerta para a "crise na indústria vivenciada na região norte, principalmente, em Fafe, Braga e Guimarães", provocada pelo menor número de "encomendas do exterior", acrescentando que o panorama "não tem sido algo muito positivo, mantendo-se aos níveis do ano passado, não muito agravado".
Vasco de Melo ressalva que embora o investimento feito pelos municípios e associações de natal "incrementem bastante a atividade comercial, principalmente, durante o fim de semana", as várias promoções que acontecem perto da época natalícia explicam esta tendência decrescente.
"O facto de haver muitas promoções e saldos, nomeadamente, tivemos ainda há uma ou duas semanas, a Black Friday, vamos ter os saldos após o Natal, começa logo no dia 26, porque a lei já permite fazer. Isso faz com que os consumidores retraiam as suas compras exatamente neste período anterior ao natal", adianta.
A procura aumenta nos dias mais próximos do Natal, mas Vasco de Melo não acredita que seja suficiente para tornar os valores deste ano mais positivos.
"O crescimento, como é normal nos últimos dias que antecedem o Natal, é um facto que todos os anos ocorre. Este ano, obviamente, não será uma exceção à regra. Mas irá compensar o restante período que antecedeu o Natal? Provavelmente, isso não acontecerá", explica.
