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Um estudo realizado no IPAM demonstra que, entre 2014 e 2015, as famílias portuguesas reviram em alta as suas expectativas relativamente à situação económica e financeira do país.
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O desemprego foi o único tema que ao longo de 12 meses não registou um aumento de respostas positivas.
Quase metade dos entrevistados acredita que o nível de desemprego vai manter-se. A outra metade divide-se entre um aumento ou uma descida. As opiniões recolhidas em 2014 mantiveram-se em 2015. Mafalda Ferreira, que coordenou o estudo do IPAM, aponta o motivo.
Diz a investigadora que esta é uma preocupação transversal. Mesmo nos agregados familiares onde não existem desempregados, a perspetiva é a de que isso possa acontecer.
O estudo do IPAM pediu às famílias portuguesas para avaliarem a situação económica e financeira do país. O primeiro questionário realizou-se em maio do ano passado e foi repetido um ano depois. Mafalda Ferreira diz que a melhoria da condição geral do país foi o tema com mais respostas positivas. Num ano subiu de 40 para 60 por cento.
Para a coordenadora do estudo houve uma situação que desencadeou esta subida e foi o fim do programa de resgate financeiro, que terminou em maio de 2014. A saída da troika de Portugal, diz Mafalda Ferreira, foi apontado como um momento importante, que despoletou um aumento das perspetivas positivas.
Para este estudo foram entrevistadas 1870 pessoas de todas as fixas etárias. Nestes grupos, os reformados foram os menos otimistas . No caso da sua situação financeira, a maioria revelou-se mesmo negativa, considerando que as condições de vida não vão melhorar tão cedo.
Do lado dos jovens, Mafalda Ferreira encontrou uma perspetiva oposta, pois a maioria revelou-se otimista e confiante face ao futuro. As perguntas do questionário aos agregados familiares incluíam temáticas mais específicas como a evolução dos preços. Neste ponto é residual a amostra que espera uma descida. Quanto às taxas de juro, Mafalda Ferreira, do IPAM nota uma inconsistência nas respostas. Em parte, diz a investigadora, proque existe falta de conhecimento para avaliar devidamente a situação.