O líder da missão do FMI para a Grécia insistiu hoje na necessidade de baixar o salário mínimo no país, sublinhando que subiu bem acima da média da UE e é muito superior ao de Portugal.
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Poul Thomsen, que chefiou anteriormente a delegação do FMI para Portugal e lidera agora a missão do FMI na troika para a Grécia, falava, nesta nova condição, numa audição no Parlamento Europeu, em Bruxelas, sobre a situação da Grécia, que contou também com a participação de Olli Rehn (Comissão Europeia) e de Jorg Asmussen (BCE).
Questionado sobre os cortes exigidos a Atenas no salário mínimo, o responsável do FMI sublinhou que o programa de ajustamento para a Grécia «não é só reduzir salários», sendo antes de mais dedicado a redirigir recursos para fins mais produtivos e aumentar a competitividade da economia grega, mas fez a defesa do corte do rendimento mínimo na Grécia, até como forma de combater o elevadíssimo desemprego juvenil no país.
«O salário mínimo na Grécia aumentou 60 por cento entre 2000 e 2009, enquanto subiu 40 por cento em média na zona euro no mesmo período. O salário mínimo na Grécia é qualquer coisa como 50 por cento superior ao de Portugal e quase 20 por cento acima de Espanha», sublinhou Poul Thomsen.
Para o responsável do FMI, «realinhar o salário mínimo com a capacidade produtiva das empresas» é claramente uma forma de levar a que estas possam «absorver mais jovens».
Já no mês passado, também a Comissão rebatera as críticas aos cortes suplementares exigidos pela troika a Atenas para um segundo programa de ajuda, lembrando que o salário mínimo na Grécia, na ordem dos 751 euros por mês - sendo que, havendo 14 meses, dava uma média de 870 euros por mês -, era superior àqueles praticados em Portugal e Espanha, de 570 e 748 euros, respetivamente.