Estudo mostra que 80% da poupança feita em Portugal é feita por 20% das famílias - as mais ricas. Taxa de poupança em Portugal no mínimo histórico de 4%.
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Entre 2013 e 2015 a taxa de poupança das famílias caiu para metade: passou de 8% para 4% do rendimento. (de 10 para 5 mil milhões de euros).
A evolução, divulgada num estudo do Banco de Portugal, é um reflexo - exagerado - da tendência europeia: em Itália e Espanha, por exemplo, também se registaram quedas nesse período, mas mais suaves. A Alemanha destaca-se no outro extremo: depois de um abrandamento ligeiro no início da crise financeira internacional, a taxa recuperou a partir de 2013, tendo já atingido cerca de 17%.
Os dados divulgados pelo Banco de Portugal tornam ainda evidente e mensurável uma realidade intuitiva: são os mais ricos quem mais poupa. Em Portugal, mostra a análise, 80% da poupança é feita pelas famílias no quinto quintil: as 20% mais ricas.
Aliás, o estudo mostra que a redução da desigualdade registada até 2009 contribuiu para a redução da taxa de poupança.
Entre as razões para a poupança, as famílias inquiridas elegem a "proteção contra acontecimentos inesperados" como a principal motivação para guardar dinheiro: este fator é apontado por 70% dos agregados. No resto da lista estão a velhice, a educação e a constituição de heranças.