O Presidente da República disse esta quarta-feira que só nessa altura ficará "mais aliviado nas suas preocupações" relativamente à economia e finanças do país.
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"Quando estiver pronto o Orçamento para 2017 e passar no parlamento, o Presidente fica mais aliviado nas suas preocupações relativamente à economia e às finanças do país e em relação ao que tem de fazer de empenhamento até externo em relação ao Governo", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
Questionado sobre a Caixa Geral de Depósitos, o Presidente da República disse que "toda a gente já tinha a noção" de que uma recapitalização da CGD era por "falta de dinheiro".
"Estamos agora a ficar a saber em tempo oportuno qual é o montante de capital que faz falta, mas já se falava em capital em falta", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
No parlamento, Mário Centeno afirmou hoje que "há um desvio enormíssimo no plano de negócios que o Governo anterior geriu com a CGD, que atinge verbas superiores a 3.000 milhões de euros, e que tão diligentemente o Governo anterior acompanhou".
O chefe de Estado proferiu estas declarações num balanço da segunda "edição" da iniciativa "Portugal Próximo", que decorreu em Trás-os-Montes, a bordo de um barco, em viagem pelo rio Douro, junto ao Pocinho, no distrito da Guarda.
Nesta viagem pelo Douro, Marcelo Rebelo de Sousa recordou que há mais de 30 anos, quando era ministro, tinha o "sonho" do Douro navegável que alguns "achavam louco". O Presidente contou aos jornalistas que se deslocou, sem as estradas que há hoje, ao Douro, nomeadamente ao Pocinho, para estudar o projeto que "parecia completamente megalómano".
E um dos problemas era justamente a eclusa do Pocinho, o sistema que permite às embarcações superarem desníveis no curso de água. Diziam-lhe que "era muito difícil construir, o país não tinha meios para isso, achava-se que era um sonho que nunca seria concretizado".
"Trinta e tal anos depois, é a primeira vez que eu venho ao mesmo sítio a verificar que era possível e que as minhas lutas com alguns políticos da altura, que me achavam um pouco louco, tinham razão de ser", comentou.
Em jeito de balanço da visita de três dias pelos distritos de Vila Real, Bragança e Guarda, Marcelo reforçou que "apesar de o país ter melhorado em muitos aspetos ao longo das últimas décadas e ser muito diferente do que era, ainda há um esforço de aposta em regiões que precisam de uma especial atenção". Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que o disse nestes dias do "Portugal Próximo" e que o repetirá quando for às Beiras no outono.