Para os consumidores o preços devem continuar elevados este ano. A estimativa é da Federação dos Sindicatos do Sector da Pesca que sublinha, no entanto, que os pescadores continuam a lucrar pouco.
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A Federação dos Sindicatos do Sector da Pesca prevê que este ano a sardinha continue a ser vendida a um preço elevado. Frederico Pereira, coordenador da Federação, justifica esta previsão dizendo que os intermediários lucram mais do que deviam. Quanto aos pescadores Frederico Pereira considera que deviam ter margem para capturar mais sardinha.
"Devia ser instituído um preço máximo de lucro entre a produção e o consumo. Ganhavam todos: os consumidores que compravam mais barato e os produtores que vendiam mais caro", afirma Frederico Pereira.
O coordenador da Federação garante ainda que "a sardinha cara pode ser uma ideia que se coloca no consumo e que é artificial em relação aquilo que está a ser pago à produção".
Quanto à quantidade da sardinha, Frederico Pereira diz que "há em abundância, só que as limitações de captura que são impostas não fazem com vejamos o futuro com grande otimismo".
A sardinha está a sair da lota a cerca de 60 cêntimos o kg e por isso a Federação dos Sindicatos do Sector da Pesca diz que no máximo é vendida ao intermediário por um euro.
Quanto à qualidade do peixe, Frederico Pereira diz que nesta altura já se come mas "ainda não está no ponto".
As Estatísticas da Pesca, divulgadas esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, mostram que o preço médio das transações de sardinha subiu para 2,19 euros em 2015. Foi o mais elevado em vinte anos, face à escassa quantidade de peixe vendido em lota (13.729 toneladas, das quais 13.690 no Continente). As importações atingiram o dobro das capturas.