O presidente da Câmara da Guarda considerou hoje que a reforma do setor das águas é «histórica» para o país e para a Guarda, que vai receber a sede da empresa Águas de Lisboa e Vale do Tejo.
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O Governo concluiu hoje a reforma do setor das águas, que passa por «um fortíssimo emagrecimento» do grupo Águas de Portugal, agregando 19 empresas regionais em cinco entidades e reduzindo custos em 2.700 milhões de euros.
Em conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros, o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, afirmou que a criação de sistemas multimunicipais de abastecimento de água e saneamento do Norte, Centro Litoral e Lisboa e Vale do Tejo irá promover uma «harmonização tarifária» entre o interior e o litoral.
O governante referiu ainda que a «importância da coesão territorial» se traduz na própria localização das sedes sociais das novas empresas, ficando a Águas do Norte S.A. em Vila Real, a Águas do Centro Litoral S.A. em Coimbra e a Águas de Lisboa e Vale do Tejo na Guarda.
«Esta reforma é histórica e a coragem do Governo, e em particular do ministro do Ambiente, demonstra uma coragem de contribuir, na prática, para atenuar os desequilíbrios regionais», disse Álvaro Amaro à agência Lusa.
Segundo o presidente da Câmara da Guarda, a reforma atende «às reais especificidades dos territórios de baixa densidade» e «conduzirá à redução do sistema tarifário com uma ajuda às famílias e às empresas, sem que, todavia, isso implique necessariamente aumentos no litoral, ou seja, aqui está o verdadeiro espírito de coesão territorial e social».
«Por outro lado, não posso deixar de sublinhar que com esta reforma há também um emagrecimento do grupo Águas de Portugal, o que, naturalmente, se repercutirá nos custos da própria empresa», disse.
Quanto à decisão de o Governo fixar na Guarda a sede da empresa Águas de Lisboa e Vale do Tejo, Álvaro Amaro disse que «é uma medida prática», que significa «que finalmente há um Governo em Portugal que olhou para o país como um todo».
«Este Governo deu expressão à causa nacional que é o interior. Mais simples era ter decidido a sede em Lisboa. Foi isso que nos últimos anos se fez», acrescentou.
A escolha do concelho da Guarda, situado no interior, é «uma prova real de [o Governo] contribuir para o equilíbrio, para a coesão do país», reconheceu.
Disse ainda que o dia de hoje é «um dos dias maiores» da sua felicidade como presidente da Câmara da Guarda e «como homem dos territórios de baixa densidade».
Álvaro Amaro acrescentou que a decisão é a prova de que «vale a pena lutar» pelo interior, como um dia escreveu num livro.
«Vale a pena quando somos ouvidos e respeitados. Foi o caso com esta decisão de hoje que é uma decisão histórica para os territórios de baixa densidade e é igualmente uma decisão histórica para a cidade da Guarda», afirmou.
Em sua opinião, a Guarda e o interior «saíram hoje muito reforçados com a coragem» do Governo.