Presidente da Estradas de Portugal admite redução de trabalhadores com fusão EP/Refer
Na conferência de imprensa para apresentação de resultados da empresa, António Ramalho considerou ainda que o «timing ideal» para a fusão entre a Estradas de Portugal e a REFER seria «antes do final do ano».
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O presidente da Estradas de Portugal admitiu hoje a redução do número de trabalhadores no âmbito da fusão entre a Refer - Rede Ferroviária Nacional e a EP, que resultará na criação de uma única empresa, denominada Infraestruturas de Portugal.
«Ninguém poderá garantir a segurança dos postos de trabalho, em nenhuma circunstância, neste momento», afirmou o presidente da Estradas de Portugal (EP), António Ramalho, na conferência de imprensa para apresentação de resultados da empresa.
Estas declarações não surpreendem a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações. Ouvido pela TSF, o coordenador José Manuel Oliveira considera que era previsível que a fusão entre a Estradas de Portugal e a Refer terminasse em redução de pessoal
Aquele responsável diz que as preocupações que já tinha se transformam, cada vez mais, em certezas e lembra que a Fectrans esteve sempre contra a fusão entre as duas empresas.
De acordo com um despacho ao qual a Lusa hoje teve acesso, o Governo decidiu que António Ramalho vai liderar o processo de fusão entre a Refer e a EP e coordenar, já a partir de quinta-feira, a comissão de planeamento, composta por seis elementos, que na prática corresponderá ao corpo central do primeiro corpo de administração da nova empresa.
Questionado sobre se é possível que a fusão esteja concluída até ao final do ano, António Ramalho disse: «Julgamos ser possível, mas estamos a falar no processo de criação de uma nova empresa».
«Esta não é uma fusão, é 'a fusão' [...] e o timing ideal seria antes do final do ano. O sentimento de urgência faz parte de uma necessidade prioritária num processo de fusão», declarou o presidente da EP.
O presidente da EP referiu ainda que «o objetivo do projeto de fusão das Infraestruturas de Portugal é assegurar a possibilidade de que toda a atividade de mobilidade em rodovia e ferrovia seja feita sem qualquer recurso a impostos», mas escusou-se a avançar com uma alternativa para arrecadar receita.
Sobre a possibilidade de vir a presidir a Infraestruturas de Portugal, António Ramalho não se comprometeu, argumentando que «a nova administração não está decidida ainda» e terão de ser os acionistas a decidir em assembleia-geral.
A Infraestruturas de Portugal contará com mais de 4.000 trabalhadores -- dos quais 1.090 da Estradas de Portugal e 2.955 da Refer -- e será gestora de 13.515 quilómetros de rodovia e 2.794 quilómetros de ferrovia.
A EP registou um resultado líquido positivo de 3 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, para o qual contribuiu o incremento de receitas de portagens e da Contribuição de Serviço Rodoviário (CSR).
Apesar de positivo, este resultado representa uma quebra de 76% face ao registado no período homólogo de 2013, que foi de 14 milhões de euros.