O pedido a Bruxelas é feito por Pedro Matias, presidente do grupo ISQ, reeleito agora membro do “board diretor” do TIC Council. É o único português nesta Confederação Internacional de Testes, Inspeções e Certificações, que reúne os principais players mundiais do sector
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De microfone fechado, Pedro Matias diz à TSF que Portugal tem muitos 'Cristianos Ronaldos' na indústria e na engenharia, mas não são conhecidos por falta de palco mediático. Já de microfone aberto, responsabiliza a carga regulatória que a UE produz e que está a travar a capacidade de inovação de qualquer Estado-membro.
Pedro Matias defende mesmo a criação de um Simplex Europeu, porque a máquina administrativa das próprias instituições europeias produz excesso de burocracia e, apesar de Bruxelas reconhecer que é preciso simplificar processos, está sempre a dar um passo em frente e dois atrás.
Critica ainda a ausência de ação de Bruxelas na implementação das medidas sugeridas nos relatórios Draghi e Letta, encomendados pela própria Comissão Europeia, para incrementar a competitividade do continente, mas tal ainda não aconteceu.
O presidente do grupo ISQ considera que o mundo, tal como o conhecemos, está a passar por uma autêntica revolução à escala industrial e tecnológica e que os principais desafios do TIC Council passam por continuar a apoiar o que de melhor se faz em Portugal e a seguir as tendências mundiais, mas garantindo sempre a fiabilidade dos processos produtivos das empresas para evitar constrangimentos nas cadeias de abastecimento.
Para o futuro Governo, seja qual for o partido que vença as eleições, pede políticas bem definidas, de médio e longo prazo, estáveis para que os resultados apareçam. Pedro Matias dá ainda os exemplos desenvolvidos na educação pelo professor Mariano Gago.
Já sobre as tarifas impostas pela administração Trump, Pedro Matias critica a forma de reação de alguns políticos de vários países, por considerar que vão trazer impactos pesados às economias, ao emprego e à vida das pessoas, citando um amigo, o embaixador Martins da Cruz, para dizer que o mundo entrou na economia do bazar.
