O primeiro-ministro defendeu que se houver mais estabilidade no sul da Europa, haverá também mais riqueza no norte.
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O primeiro-ministro, António Costa, defendeu este sábado que a reforma da União Económica e Monetária é essencial para que a moeda única "não seja só única mas efetivamente comum" e "um fator de união".
António Costa discursava perante os delegados presentes no Conselho do Partido Socialista Europeu, que terminou este sábado em Lisboa, no Pavilhão Carlos Lopes.
Segundo o primeiro-ministro, a "convergência não é apenas transferências de um lado para o outro" e sim "garantir que toda a União Europeia e, em particular, a zona euro tenham a estabilidade necessária" para "desenvolver a economia com menos riscos e de uma forma mais partilhada e justa para todos".
É que, advertiu Costa, "se houver mais estabilidade no sul da Europa haverá certamente maior riqueza para o norte da Europa".
"Não podemos continuar a ter uma moeda do norte e uma moeda do sul, uma moeda do leste e uma moeda a oeste, temos de ter uma moeda comum a toda a União Europeia", insistiu.
Para isso, advogou, a Europa precisa de "mais socialistas". António Costa exortou o Conselho do PES a reforçar a "confiança na capacidade da família socialista" visando as eleições nos respetivos países.
Ameaças não podem derrubar Europa
Tal como numa "grande família de 28 pessoas", é natural que surjam problemas numa Europa a 28 membros, disse, destacando por outro lado o "enorme sucesso" da União Europeia por ter sido capaz de "partilhar um conjunto de valores comuns, traduzido no que é fundamental, o primado do Estado de Direito" e "cada um ter a liberdade de seguir o seu caminho, com regras comuns".
As ameaças externas, o combate ao terrorismo e aos populismos, as alterações climáticas, a economia digital, e a "ameaça dos robots" sobre o futuro do trabalho dos cidadãos colocam "angústias", mas a "resposta não pode ser travar a inovação nem fechar" a Europa sobre si própria.
Destacando alguns aspetos da resolução aprovada no Conselho, António Costa defendeu que é preciso avançar com um "plano de ação" centrado nos jovens, na educação, na proteção social e no emprego, ter "uma boa política fiscal", travar o "dumping" fiscal entre países, e "ganhar a batalha" da taxação das grandes multinacionais norte-americanas da área do digital na União Europeia.