Primeiro semestre histórico do Santander a nível global, mas menos 8% de lucro em Portugal
O grupo espanhol registou lucros de 503,9 milhões no primeiro semestre em Portugal, o que significa uma queda significativa da margem financeira de 19,3%. No entanto, os efeitos das taxas de juro foram compensados, em especial no crédito, no qual concedeu 473 milhões em crédito à habitação ao abrigo da garantia pública
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O banco Santander Totta registou, no final do primeiro semestre deste ano, um resultado líquido de 503,9 milhões de euros, o que compara com 547,7 milhões no período homólogo, algo que significa uma queda anual de 8%.
O banco liderado por Pedro Castro e Almeida revela ainda que o produto bancário ascendeu a 954,8 milhões de euros, traduzindo-se numa queda de 14,2% em termos homólogos, mas refletindo a dinâmica da margem financeira, que caiu 19,3%, associada ao ciclo de taxas de juro do BCE, que foi parcialmente compensada pelo crescimento de 5,7% das comissões, que ascenderam a 245,6 milhões de euros.
O presidente do banco adianta que o crescimento da base de clientes foi de mais 60 mil clientes ativos e 78 mil clientes digitais, comparativamente com o final de junho de 2024, “o que se traduziu em mais de 1,2 milhões de operações de compras e pagamentos por dia”.
Os resultados em operações financeiras cresceram 1,9% para os 13 milhões de euros, mas, explica Pedro Castro e Almeida, “a margem financeira, no montante de 695,7 milhões de euros, continuou influenciada pelo ciclo de descida das taxas de juro executado pelo BCE".
Recorde-se que desde junho de 2024, a taxa de depósito foi reduzida por oito vezes, a última das quais em junho de 2025, para 2%, dinâmica que o Santander entende que foi transmitida à carteira de crédito, "ainda maioritariamente indexada a taxa variável”.
O banco conclui que “os efeitos das taxas de juro foram compensados, em parte, pelo crescimento dos volumes de negócio, em especial do crédito, e a contínua melhoria comercial e operacional que tem vindo a executar contribuiu para o controlo da base de custos, que cresceu apenas 0,5% (num contexto de inflação ainda acima de 2%), permitindo manter elevados níveis de eficiência nos 27,1%".
Já a nível global, de acordo com o comunicado à Comissão de Mercado Marcado de Valores espanhola, o resultado do grupo é considerado pelo próprio Santander como o melhor primeiro semestre da história do banco, ao registar um lucro de 6833 milhões de euros até junho, mais 12,8% do que no mesmo período do ano passado, atribuindo este resultado ao impulso dado por comissões recorde e por menores custos e provisões.
A soma de todas as receitas ascende a 31.010 milhões de euros e as provenientes de comissões alcançaram um novo máximo histórico de 6684 milhões de euros, um crescimento de 3%.
O grupo adianta ainda que no último ano aumentou o número de clientes em oito milhões, para 176,4 milhões, mas os recursos em depósitos, a somar a fundos de investimentos, ficaram praticamente estáveis no primeiro semestre, registando uma descida de 0,2% face ao mesmo período do ano passado, totalizando 1,3 mil milhões de euros. No entanto, se forem eliminadas as flutuações monetárias, o aumento foi de 6%.
Já os depósitos diminuíram 2,8% em termos homólogos, para mil milhões, e os empréstimos ascenderam a 1,01 mil milhões, registando uma queda de 5%, afetados pela operação de venda, na Polónia, do Santander Polska.
O banco de origem espanhola é considerado um dos maiores grupos bancários do mundo, com presença em vários países da Europa e da América, incluindo Portugal.
