O primeiro-ministro disse que é preciso evitar "má imagem", num momento em que o país procura atrair uma nova fábrica de um novo construtor.
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No ano passado, foram produzidos quase 180 mil veículos automóveis em Portugal, por quatro construtores. O setor está a crescer a bom ritmo, mas o primeiro-ministro avisa que é preciso restabelecer o diálogo social para continuar a atrair investimento estrangeiro.
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"Por isso a esperança que temos, e o incentivo que temos dado a todas as partes, é que na Autoeuropa seja possível restabelecer a boa tradição, que tem sido aliás uma imagem de marca da própria Auteuropa, como uma empresa modelo", afirmou António Costa esta segunda-feira, em Leiria.
Durante a apresentação do estudo sobre o cluster automóvel em Portugal, pela associação Mobinov, em Leiria, o primeiro-ministro já tinha falado no problemas na Autoeuropa e na má imagem projetada no mercado internacional.
"Problemas em qualquer uma das empresas construtoras ou uma má imagem criada por qualquer uma das empresas fornecedoras é o pior contributo que podemos dar para a ambição coletiva que temos de atrair um novo construtor, que é a ambição que hoje temos que ter, porque não nos podemos limitar à ambição de conservar aqueles que já cá estão", disse.
António Costa prometeu políticas públicas para facilitar o crescimento da indústria automóvel em Portugal, a começar pelos corredores ferroviários de ligação à Europa: Aveiro-Vilar Formoso e Sines-Caia.
"Relativamente ao primeiro, já se iniciaram os trabalhos da primeira fase da obra na linha da Beira Baixa", detalhou. "O segundo corredor iniciará ainda este ano o troço fundamental da ligação entre Évora e Elvas"
O Mobinov, cluster automóvel em Portugal, envolve mais de 900 empresas e 72 mil trabalhadores. Está a crescer 8% ao ano e representa 5,6% do PIB. Até 2020, a meta passa por duplicar o número de veículos construídos, para 300 mil unidades. Portugal é o 15.º fabricante de automóveis na Europa.
José Couto, presidente da Mobinov Associação do Cluster Automóvel, salientou que a fileira precisa de políticas públicas favoráveis para acelerar o crescimento e para vencer os desafios que se apresentam no horizonte: a digitalização da indústria (indústria 4.0) e um novo conceito de automóvel e mobilidade, com veículos partilhados, autónomos, ecológicos, personalizados e conectados.