Em 2015, restaurantes e lojas "gourmet" portugueses podem estar a vender caviar produzido no Algarve, estimam os responsáveis por um projecto inédito da Universidade do Algarve, que visa criar uma unidade de cultivo de esturjão em aquacultura.
Corpo do artigo
O projecto reúne um biólogo, um perito em aquacultura e um empresário "gourmet" e foi distinguido no concurso "Ideias em Caixa", uma parceria entre o Centro Regional para a Inovação do Algarve (CRIA) e a Caixa Geral de Depósitos.
A ideia é instalar até ao fim do ano, numa zona do Algarve ainda a definir, uma unidade de produção de esturjão (peixe cujas ovas dão origem ao caviar), estimando-se que em quatro anos possam ir para o mercado as primeiras embalagens da iguaria.
Por ser um dos peixes comercialmente mais valiosos do mundo o esturjão está em risco de desaparecer e neste momento praticamente só é possível criá-lo em regime de aquacultura, explicou Paulo Pedro à Lusa.
Antes de se lançar no projecto aquele biólogo da Universidade do Algarve disse que tinha muitas ideias preconcebidas acerca do esturjão, que pensava dar-se apenas nas águas frias da distante Rússia, mas estava enganado.
«No seu ambiente natural, com temperaturas negativas, os esturjões podem demorar 20 anos até atingir a sua maturação sexual mas no Algarve, devido à temperatura amena, o seu crescimento pode ser muito mais rápido», frisou.
Para os primeiros sete anos será necessário um investimento de 1,5 milhões de euros, financiamento que ainda não está garantido na totalidade embora já haja investidores interessados, refere Paulo Pedro.
Numa segunda fase do projecto a ideia é produzir também esturjão atlântico, que se extinguiu em Portugal na década de 1980 -, para poder repovoar estuários como os do rios Guadiana e do Arade, no Algarve.