A proprietária da TNC anunciou, esta quinta-feira, pretender apresentar um plano de recuperação da empresa, mas primeiro é necessário que seja anulada a decisão da última assembleia de credores, na qual foi votada a liquidação da transportadora.
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A intenção foi assumida durante uma reunião na Câmara de Vila Franca de Xira, com a presença da presidente da autarquia, Maria da Luz Rosinha, o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários de Portugal (STRUP), representantes dos trabalhadores e a proprietária da empresa.
«Acredito na viabilidade e na recuperação da TNC [Transportadora Nacional de Camionagem] e isso implicará a manutenção dos 126 postos de trabalho. A proposta será apresentada por mim mas envolverá o sindicato e os trabalhadores, será uma proposta conjunta«, revelou Luzia Leal à agência Lusa.
A proprietária da TNC, com sede em Alverca e em processo de insolvência, está confiante em relação ao futuro da empresa, mas deixou um alerta.
«Agora depende de quanto tempo demorar toda esta situação [a anulação da decisão de liquidação], pois a empresa está parada há duas semanas com avultados prejuízos», lamentou.
Para o coordenador nacional do STRUP, a proposta de viabilidade da empresa é a melhor solução e será transmitida aos credores pelo Ministério da Economia e do Emprego.
«O ministro da Economia considera a empresa viável e sabemos que vai haver contactos entre o Ministério e os credores no sentido de lhes apresentar a argumentação necessária, para que estes anulem a decisão de liquidar a empresa e aprovem o plano de recuperação da mesma», explicou Fernando Fidalgo.
O dirigente sindical espera que as questões técnicas fiquem resolvidas até 15 de Agosto, data em que, no seu entender, «era a melhor para que a empresa começasse a funcionar em pleno» permitindo, dessa forma, «consolidar a TNC no mercado».
Os trabalhadores da TNC já recusaram no início desta semana a proposta de aquisição feita pela empresa de logística We Go, considerando-a mesmo "uma provocação", já que garantia os 126 postos de trabalho, mas reduzia em 50 por cento o salário dos funcionários.
O processo de insolvência da Transportadora Nacional de Camionagem foi publicado a 5 de Janeiro de 2010 e em assembleia de credores, realizada a 11 de Julho, ficou decidida a sua liquidação.
Os trabalhadores continuam em vigília na sede da empresa há exactamente duas semanas e prometem continuar com a acção até ao dia em que virem a situação da empresa resolvida.