Depois da reavaliação das casas, António Catarino, proprietário de uma casa na freguesia da Campanhã contou à TSF que está a pagar 25 euros de IMI, mas há um mês recebeu uma carta das Finanças que fez disparar o valor tributário da casa. Na Marinha Grande, um proprietário de algumas dezenas de apartamentos confessou que não vai aumentar as rendas porque não quer arriscar a perda de inquilinos.
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Centenário, pequeno, com duas habitações, freguesia de Campanhã, no centro do Porto. Um dos inquilinos do imóvel é familiar de António Catarino. Há 30 anos, surgiu a oferta de venda. Agarrou-a. Tudo menos pelo dinheiro.
Ao imóvel de António Catarino, as Finanças atribuíram um valor tributário de 3 mil e 500 euros. Em Setembro, recebeu uma carta com a reavaliação que multiplicou por 10 este valor.
Se a cláusula de salvaguarda desaparecer, o imposto dispara e ficará muito acima dos 25 euros que pagou até agora. Uma atualização que não pretende refletir na renda da inquilina que vive com 200 euros por mês e paga 40 a António Catarino.
Aposentado, antigo funcionário público, António Catarino recebe pouco mais de mil euros de reforma. A mulher também. Com a subida do IMI, as finanças pessoais levam novo rombo. A austeridade, toda junta, é pesada.
António Catarino admite vender o imóvel, mas o mercado tem as portas fechadas.
Nas contas de António Catarino, o imóvel vale agora 100 mil euros. Enquanto puder, vai aguentar as despesas a que está obrigado.
Também Artur Alves, proprietário de algumas dezenas de apartamentos na Marinha Grande confessou à TSF que não vai aumentar as rendas porque não quer arriscar a perda de inquilinos.
Depois de ter feito as contas, Artur Alves calcula que, em vez dos atuais sete mil euros de IMI, pode passar a pagar cerca de 20 mil euros.