O PS acusou hoje o primeiro-ministro de instalar a confusão ao falar sobre a reposição de cortes salariais em 2016, mas recusou-se a adiantar a sua interpretação sobre o acórdão do Tribunal Constitucional nesta matéria.
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Vieira da Silva, vice-presidente da bancada socialista, falava aos jornalistas no final do primeiro dia de debate na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2015.
De acordo com o ex-ministro socialista, Pedro Passos Coelho, ao falar sobre a reposição dos cortes salariais aplicados aos trabalhadores do setor público, «aparentemente, disse coisas diferentes em momentos diferentes».
«Primeiro, aparentemente, disse que iria repor os cortes salariais em 2016, mas, depois, disse que se fosse Governo não faria necessariamente assim, mas de forma diferente», referiu.
Interrogado sobre a posição do PS em relação ao teor do acórdão do Tribunal Constitucional de 14 de agosto passado sobre cortes salariais aos trabalhadores do setor público, Vieira da Silva respondeu: «Não estou em condições de ter uma opinião definitiva sobre a natureza do acórdão do Tribunal Constitucional».
«É mais uma matéria que deve constar das propostas que os partidos fazem e que devem ser alvo de apreciação e de escolhas por parte dos portugueses. Naturalmente que o PS cumprirá os acórdãos do Tribunal Constitucional, mas esse é um tema não faz parte do debate orçamental de hoje. É um tema que deve fazer parte das propostas que os partidos vão apresentar aos portugueses», insistiu o ex-ministro socialista.
Ainda sobre o debate de hoje, Vieira da Silva acusou o Governo de «assumir frequentemente posições que extravasam o âmbito temporal deste Orçamento e desta legislatura».
«Essas questões tratam-se em outra altura, noutro momento e em outro quadro, e não da forma confusa como está a ser feita», acrescentou.