Depois do anúncio de Carlos César, líder parlamentar, os deputados do PS entregaram um requerimento na Comissão de Orçamento e Finanças a pedir que a unidade técnica do parlamento se pronuncie sobre as previsões da Comissão Europeia e do FMI sobre Portugal.
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O requerimento já deu entrada na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA) e propõe que a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) inclua novas previsões no parecer técnico elaborado pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental.
"Que a COFMA requeira que, no âmbito do seu parecer técnico, a UTAO se pronuncie, para além do cenário macroeconómico apresentado pelo Governo, também sobre as previsões da Comissão Europeia e do FMI sobre Portugal, nomeadamente sobre as hipóteses subjacentes a essas previsões e as estimativas para as diferentes componentes do PIB", é afirmado no requerimento.
Segundo fonte do grupo parlamentar, o requerimento - que é assinado pelos deputados socialistas Paulo Trigo Pereira, João Galamba e João Paulo Correia - deve ser discutido, em sede de comissão, na próxima quarta-feira, dia 10 de fevereiro - dia em que a comissão recebe o ministro das Finanças, Mário Centeno, para a audição regular que abre as audições no âmbito do Orçamento do Estado.
No requerimento, os socialistas salientam que "as previsões macroeconómicas são muito importantes para a credibilidade do Orçamento do Estado".
Esta quinta-feira, após a reunião do grupo parlamentar do PS, Carlos César, líder da bancada socialista, definiu como "conservadoras" as previsões da UTAO em relação à evolução do consumo privado em 2016.
"A UTAO fez notar, como um dos seus comentários referenciais, que as previsões de aumento do consumo privado feitas pelo governo português eram demasiado conservadoras. Ora, isto significa que as previsões em que assentam a Comissão Europeia o FMI com os anteriores dados - em ambos os casos não têm em conta este Orçamento do Estado - ainda mais conservadoras são", disse.
Na altura, Carlos César adiantou que, por isso, o PS iria "propor que a UTAO faça também uma análise às previsões, designadamente de evolução consumo privado, que são feitas quer pela Comissão Europeia quer pelo FMI".