O vice-presidente da bancada social-democrata Carlos Abreu Amorim afirmou hoje que Portugal vai ter uma «carta de intenções» como a Irlanda teve e acusou o PS de parecer zangado com a «saída limpa» do programa de resgate.
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Em resposta ao PS, que hoje exigiu que o Governo PSD/CDS-PP esclareça as condições detalhadas de saída do atual programa de resgate que está a negociar com a 'troika', Carlos Abreu Amorim declarou: «Não há nenhum mini memorando. Aquilo que virá a existir é um documento que é típico - e já estava previsto - do final das avaliações. É um documento normal, uma carta de intenções».
«Não há carta nenhuma, a não ser aquela que a Irlanda assinou há seis meses: um documento de intenções, um compromisso de intenções», reforçou o deputado do PSD, em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, acrescentando que essa carta «com certeza, em devido tempo, será conhecida, porque está a ser trabalhada com as várias entidades internacionais».
Exibindo um documento, Carlos Abreu Amorim referiu: «Tenho aqui a carta, a tal famosa carta, o documento que foi assinado pela República da Irlanda e a 'troika'».
Segundo o vice-presidente da bancada social-democrata, «o que se passa é muito simples: todas as avaliações têm um compromisso, um documento de compromisso entre as duas partes, a 'troika' e o país sob assistência financeira sobre aquilo que vai ser feito para a frente».
«É um documento perfeitamente natural no final de uma avaliação, quando se cumpre com sucesso o memorando, como aconteceu com a Irlanda há seis meses e como aconteceu com Portugal neste momento», prosseguiu.
Contudo, alegou, o PS está a «agitar fantasmas» com o propósito de «incutir o terror nas pessoas» com a ideia de que «de alguma maneira este memorando vai continuar».