
Luís Menezes
O PSD diz que os números da economia do 2º trimestre «aproximam-se» das estimativas governamentais e critica a «postura irresponsável» do PS de «demarcação» do acordo de assistência financeira.
Corpo do artigo
«São números que estão dentro das estimativas do Governo, aproximam-se muito das estimativas do Governo para o crescimento económico para 2012. Aquilo que está mais fora do que todos esperávamos são os números do desemprego, mas quer um quer outro são uma consequência do reequilíbrio que o país como um todo está a fazer dentro do quadro do programa de ajustamento financeiro», disse à Lusa o vice-presidente da bancada parlamentar do PSD Luís Menezes.
O deputado comentava dados relativos ao PIB e ao desemprego no segundo trimestre deste ano hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
A taxa de desemprego atingiu os 15 por cento no segundo trimestre de 2012, o nível mais alto de sempre, segundo o INE. Por outro lado, o PIB caiu 3,3 por cento relativamente ao mesmo período do ano anterior - a redução mais forte desde 2009 - e a taxa de variação em cadeia (ou seja, relativamente ao trimestre anterior) registou uma quebra de 1,2 por cento.
«Aquilo que pedimos ao Governo, aquilo que o grupo parlamentar do PSD pede ao Governo é para continuar o seu trabalho, para olhar para os números do desemprego, que são uma enorme preocupação para este grupo parlamentar, mas sabemos que também para o Governo, e tentar, continuando a aplicar o memorando de entendimento, encontrar formas de, dentro dessa aplicação, começarmos a olhar para o futuro e para medidas de apoio ao crescimento e ao emprego. Mas sempre com a determinação de quem quer cumprir este programa de ajustamento porque só desta forma conseguiremos ultrapassar a grave crise que o PS nos deixou», acrescentou.
O deputado disse ainda não poder «deixar de salientar» os comentários da oposição e, sobretudo, do PS, relativamente a estes dados.
«É incompreensível que o Partido Socialista, enquanto partido responsável, não assuma uma postura realista face a estes números. Estes números são consequência de um programa de ajustamento financeiro que o país foi obrigado a adotar e a aceitar em face do estado calamitoso em que as contas públicas estavam no ano passado, mais propriamente em maio de 2011», disse.
Para Luís Menezes, «é inaceitável que o secretário-geral do PS não assuma uma postura realista e responsável perante estes números, porque não são mais do que uma consequência natural da aplicação do programa de ajustamento financeiro que este Governo tem feito de forma escrupulosa».
Questionado sobre se os números hoje conhecidos justificariam uma flexibilização da aplicação do acordo de ajustamento financeiro assinado com os credores internacionais, Luís Menezes respondeu que o PSD e o grupo parlamentar social-democrata pede «ao Governo que continue com a mesma determinação a aplicar o memorando de entendimento».