O principal índice da bolsa portuguesa, o PSI20, encerrou o ano com ganhos de 2,93%, graças ao bom desempenho alcançado na fase final do ano, sendo de destacar a valorização superior a 100% do BPI, que liderou as subidas.
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«Já vínhamos de dois anos de queda do PSI20 e, este ano, apesar de ser uma subida muito ligeira, é um fator positivo», disse à agência Lusa Pedro Oliveira, 'trader' [corretor] da GoBulling. Em 2011, o PSI20 desvalorizou 21%, depois de ter perdido 10% em 2010.
O responsável da corretora do Banco Carregosa explicou que a recuperação do índice de referência português, que em meados de novembro seguia no vermelho, foi possível depois de se intensificarem os esforços para minimizar a crise da dívida na zona euro, que levaram a uma queda dos juros da dívida e elevaram a confiança dos investidores nas ações europeias.
Por seu turno, Luís Correia Tavares, gestor de carteiras da corretora Dif Broker, salientou à Lusa que a valorização do PSI20 em 2012 não é atrativa, já que as ações são investimentos de risco e «o mercado dá como garantido juros de 4% nos depósitos a prazo».
O especialista, que é também analista técnico, sublinhou que 2012 foi ainda o ano em que o PSI20 teve o «volume de negociação mais pequeno desde 2007», frisando que a fraca liquidez é justificada com o facto de Portugal ser considerado 'lixo' pelas agências de notação financeira ('rating').
A estrela do ano foi o Banco BPI, cujas ações valorizaram 100,34%, seguido a longa distância pela Mota Engil e pela Sonae, com ganhos de 51,4% e de 49,7%, respetivamente.
Entre as vinte cotadas no PSI20, 12 fecharam o ano em alta, uma inalterada (o Banif), e sete em terreno negativo.
A Sonae Indústria teve o pior comportamento de 2012, registando uma queda de 22,99%, seguida de perto pela Cofina, que perdeu 22,50%.
Ainda assim, foi a queda de 15,75% da Portugal Telecom (PT) que mais pressionou o PSI20, dada a ponderação da operadora sobre o mesmo.
Refira-se que, entre os pesos pesados, a Jerónimo Martins (15,57%) e a Galp Energia (3,34%) tiveram o melhor desempenho, contrastando com as quedas da EDP (-4,22%) e da já mencionada PT.
Este ano, o PSI20 ficou marcado pela saída de dois títulos: Cimpor e Brisa, que deixaram de estar cotadas na sequência das Operações Públicas de Aquisição (OPA) lançadas sobre estas empresas.