O conselho de administração da PT decidiu avançar para a fusão com a brasileira Oi. O processo já foi comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
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As duas empresas já tem participações cruzadas, mas agora assinaram «um acordo de intenções, o qual define os princípios essenciais para uma proposta de fusão entre a PT, a Oi e as Holdings da Oi com vista a constituírem uma única e integrada sociedade cotada brasileira ("CorpCo")», adianta o comunicado.
O documento sublinha que a «operação de fusão é uma consequência natural da aliança industrial entre a Portugal Telecom e a Oi estabelecida em 2010, criando um operador de telecomunicações líder gerido por Zeinal Bava como CEO».
A nova empresa, CorpCo, só vai avançar depois de a fusão ser aprovada por todos os acionistas das operadoras portuguesa e brasileiras, além de um aumento de capital na ordem dos 2,3 a 2,7 mil milhões de euros e à aprovação das entidades de regulação. A transação, refere o documento, está prevista para o primeiro semestre do próximo ano.
A combinação dos negócios da Portugal Telecom e da Oi «resultará na criação de um operador de telecomunicações líder, cobrindo uma área geográfica com cerca de 260 milhões de habitantes e cerca de 100 milhões de clientes».
O Conselho de Administração para o primeiro mandato de três anos será composto por Alexandre Jereissati Legey, Amilcar Morais Pires, Fernando Magalhães Portella, Fernando Marques dos Santos, Henrique Manuel Fusco Granadeiro, José Maria Ricciardi, José Mauro Mettrau Carneiro da Cunha, Nuno Rocha dos Santos de Almeida e Vasconcellos, Rafael Luís Mora Funes, Renato Torres de Faria e Sergio Franklin Quintella.
José Mauro Mettrau Carneiro da Cunha e Henrique Manuel Fusco Granadeiro assumirão, respetivamente, o cargo de Presidente e de Vice-Presidente do Conselho da empresa.
Contactada pela TSF, a comissão de Trabalhadores da PT classifica o negócio como uma OPA amigável. Francisco Gonçalves, o coordenador da comissão de trabalhadores da PT, diz que há uma clara alteração no cenrtro de decisão da empresa.
A PT fechou o semestre com receitas de 3,089 mil milhões de euros, sendo que, deste valor, 1,418 mil milhões de euros foram contribuição da consolidação proporcional da Oi. Excluindo a Oi, as receitas da PT goram de 1,68 mil milhões de euros.
Já na Oi, no final do primeiro semestre as receitas atingiram os 7,07 mil milhões de reais (5,2 mil milhões de euros), embora os prejuízos tenham ficado acima do esperado pelos analistas: 124 milhões de reais (91,7 milhões de euros).